Redação, 17 junho de 2025 - Em meio a intensos protestos de ambientalistas e divergências internas no governo federal, a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) realizou nesta terça-feira (17) um leilão histórico que concedeu 19 novas áreas para exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, no estado do Amapá.
A disputa atraiu atenção internacional e movimentou grandes players do setor. Entre os vencedores estão a estatal brasileira Petrobras, as americanas ExxonMobil e Chevron, e a chinesa CNPC (China National Petroleum Corporation). Juntas, as empresas pagaram R$ 844 milhões em bônus de assinatura, um valor considerado elevado para um bloco ainda não explorado.
Com o resultado, a área total concedida para exploração na bacia passou de 5,7 mil para 21,9 mil quilômetros quadrados, reforçando o interesse estratégico da região para o setor energético.
A Foz do Amazonas tornou-se nos últimos anos um dos temas mais sensíveis da agenda ambiental brasileira. A região abriga ecossistemas marinhos e estuarinos únicos, além de estar próxima de terras indígenas e áreas de proteção ambiental. Ambientalistas e organizações da sociedade civil protestaram contra o avanço da exploração petrolífera, alegando riscos à biodiversidade e à integridade socioambiental da região.
A polêmica também reverberou dentro do próprio governo federal. Enquanto o Ministério de Minas e Energia celebrou o leilão como um passo importante para garantir segurança energética e atrair investimentos estrangeiros, integrantes do Ministério do Meio Ambiente e da presidência do Ibama demonstraram preocupação com os impactos do projeto.
Fontes do governo confirmam que a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) não participou das articulações para viabilizar o leilão, e que há resistências técnicas quanto à liberação de licenças futuras.
O leilão ocorre em um momento em que o Brasil tenta fortalecer sua imagem internacional como liderança climática e anfitrião da próxima cúpula do G20 e da COP30, marcada para 2025 em Belém (PA), a poucos quilômetros da região afetada. O contraste entre o discurso ambiental e as decisões na área energética tem gerado críticas por parte de organizações internacionais.
“Autorizar a exploração de petróleo em uma das regiões mais sensíveis da Amazônia azul é um erro estratégico e climático. Isso pode comprometer o protagonismo ambiental do Brasil no cenário global”, declarou em nota a ONG Greenpeace.
Apesar da concessão das áreas, as empresas ainda precisarão obter licenciamento ambiental antes de iniciar as perfurações. A Petrobras já enfrenta obstáculos nesse sentido desde 2023, quando teve pedidos de licença negados pelo Ibama para um bloco próximo à costa do Amapá.
A estatal afirmou que seguirá todos os trâmites legais e que está comprometida com práticas sustentáveis. “Nossa atuação será guiada pela ciência, pelo respeito ao meio ambiente e pela segurança das comunidades locais”, disse a empresa em nota.
A ANP defendeu o leilão como um marco para a soberania energética nacional e destacou o interesse global na exploração da margem equatorial brasileira — uma nova fronteira petrolífera com potencial de se tornar um importante polo de produção.
Fonte: noticiastudoaqui.com
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