Redação, 18 junho, 2025 às 18h32 - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (18) elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, levando os juros básicos da economia de 14,75% para 15% ao ano. A decisão foi unânime e marca o maior patamar da Selic desde julho de 2006.
Com a alta mais moderada, o BC também sinalizou que o atual ciclo de aperto monetário pode ser encerrado na próxima reunião, prevista para julho. A indicação foi interpretada como um gesto de cautela diante dos efeitos defasados das elevações anteriores e da persistência da inflação em níveis elevados, mas que começam a dar sinais de desaceleração.
A decisão surpreendeu parte dos analistas e investidores, que esperavam manutenção da taxa em 14,75%, diante de um cenário econômico com inflação corrente sob controle e desaceleração da atividade. No entanto, o comunicado do Copom reforçou a preocupação com pressões inflacionárias persistentes, principalmente em serviços e alimentos, além de incertezas fiscais e volatilidade no cenário internacional.
“O Comitê entende que a elevação de 0,25 p.p. é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante. Reitera, porém, que encerrará o ciclo caso o cenário evolua conforme o esperado”, diz o comunicado divulgado após a reunião.
Com a Selic em 15% ao ano, os efeitos sobre o crédito devem se intensificar. Financiamentos, empréstimos e o uso do rotativo do cartão de crédito ficam mais caros, o que pode afetar o consumo das famílias e os investimentos produtivos.
No entanto, o Banco Central aposta que a política monetária mais rígida é necessária para ancorar as expectativas de inflação, que seguem acima da meta de 3% estabelecida para 2025.
Apesar de uma leve desaceleração nos últimos meses, o IPCA acumulado em 12 meses ainda supera 4,5%, pressionado principalmente por combustíveis, alimentos e energia elétrica. Além disso, as incertezas fiscais em torno das metas de resultado primário e os efeitos da valorização do dólar nas últimas semanas também pesaram na decisão do Copom.
A alta da Selic ocorre no momento em que o Congresso aprovou medidas com potencial de aumento de gastos, como a reestruturação salarial no setor público e subsídios no setor elétrico, o que pode comprometer a trajetória de controle fiscal buscada pelo governo.
Logo após o anúncio, o mercado financeiro reagiu com relativa estabilidade. O dólar operou em leve alta e a Bolsa de Valores (B3) recuou modestamente, refletindo o ajuste de expectativas e a leitura de que o BC está se aproximando do fim do ciclo de aperto.
“O tom mais brando do comunicado sugere que o Copom pode pausar em julho. Isso vai depender da próxima leitura da inflação e do comportamento fiscal do governo”, afirmou a economista-chefe de um banco privado.
Com a Selic no maior patamar em quase duas décadas, o Banco Central espera reforçar o compromisso com o controle da inflação, mesmo com os custos de curto prazo para a atividade econômica e o crédito. O mercado agora acompanha os próximos dados de inflação e os desdobramentos das políticas fiscais para confirmar se, de fato, julho marcará o fim do ciclo de alta dos juros no Brasil.
Fonte: noticiastudoaqui.com
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