
O dólar bateu um novo recorde nominal nesta sexta-feira (29/11) ao disparar e atingir os R$ 6,11. A alta é resultado da reação negativa do mercado às medidas de corte de gastos e alterações na isenção do Imposto de Renda, detalhadas na quinta-feira (28/11). O governo vai enviar o pacote ao Congresso, com reduções que alcançam R$ 70 bilhões em gastos públicos em 2025 e 2026.
Analistas do mercado não acreditam que as medidas serão suficientes para equilibrar as contas e defendem que a opção por elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda acabou diluindo os efeitos positivos que poderiam ter sido trazidos com os ajustes nos gastos.
Na avaliação de Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad, o motivo do estresse do mercado “é a diminuição da credibilidade das medidas de contenção de despesas, já que a mudança no IR caminha no sentido de diminuição da arrecadação, o que tende a limitar o efeito dos cortes que serão anunciados, e pode gerar inflação pela maior circulação de dinheiro na economia real”.
Segundo ela, também restam dúvidas se a compensação pela tributação de pessoas com renda acima de R$ 50 mil por mês de fato será suficiente para compensar essa renúncia. Paula lembra que a demora no anúncio da contenção de despesas já vinha gerando volatilidade e aumentando a busca por posições defensivas, contra o real e a favor do dólar.