Redação, São Paulo, 12 de agosto de 2025 — O Ministério Público de São Paulo (MPSP) deflagrou nesta terça-feira a Operação Ícaro, que investiga um esquema de corrupção envolvendo fraudes em créditos de ICMS. Oito pessoas foram presas, entre elas figuras de destaque no varejo e na administração fiscal estadual.
1. Os presos e os alvos da investigação
- Sidney Oliveira, de 71 anos, fundador da rede de farmácias Ultrafarma, foi detido em sua chácara em Santa Isabel, na Região Metropolitana de São Paulo.
- Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, foi preso em seu apartamento na zona norte da capital paulista.
- Artur Gomes da Silva Neto, auditor fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado, apontado como o principal operador do esquema de fraude, também foi preso.
- Outros três envolvidos — incluindo um auditor auxiliar e um casal suspeito de lavagem de dinheiro — também foram detidos durante os desdobramentos da operação.
2. Como funcionava o esquema
Segundo o MPSP, o auditor fiscal manipulava processos administrativos para favorecer empresas como a Ultrafarma e a Fast Shop na obtenção de créditos tributários de ICMS, significativamente superiores aos valores legítimos devidos. Por esse “serviço”, recebia propina mensal via uma empresa registrada em nome de sua mãe, Kimio Mizukami da Silva, de 76 anos.
Nesse período:
- O auditor teria recebido mais de R$ 1 bilhão em propina desde 2021.
- A empresa “laranja” registrada no nome da mãe passou de R$ 411 mil em faturamento a R$ 46 milhões em menos de dois anos.
- Foi encontrado um cofre com dinheiro, relógios de luxo, criptomoedas, esmeraldas e valores em dólar, euro e reais entre os bens apreendidos.
3. A apreensão de bens e mandados
A operação cumpriu um total de 19 mandados de busca e apreensão em residências e empresas. Foram apreendidos:
- R$ 1,5 milhão em dinheiro;
- R$ 200 mil em criptomoedas;
- Relógios de luxo avaliados em R$ 8 milhões;
- Esmeraldas, dólares, euros e outros bens de alto valor.
4. Contexto e repercussão institucional
- A Sefaz-SP afirmou que instaurou procedimento interno para apurar rigorosamente a conduta do servidor e pediu oficialmente ao MPSP todas as informações sobre o caso.
- A Fast Shop declarou que ainda não teve acesso ao teor da investigação, mas que está colaborando com as autoridades.
- A Ultrafarma, até o momento, não se pronunciou sobre o caso.
5. Implicações e próximos passos
A operação revela os mecanismos sofisticados usados no desvio de recursos fiscais por meio de favorecimentos irregulares. Com possíveis crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, a investigação continua em andamento e pode resultar em novos desdobramentos judiciais.

Resumo em tabela
Elemento | Descrição |
---|---|
Nome da operação | Operação Ícaro |
Principais presos | Sidney Oliveira (Ultrafarma), Mário Otávio Gomes (Fast Shop), Artur Gomes da Silva Neto (auditor) |
Esquema investigado | Fraude em créditos de ICMS beneficiando empresas, com propina bilionária |
Método de pagamento | Empresa no nome da mãe do auditor, valores milionários, bens de luxo |
Bens apreendidos | Dinheiro, criptomoedas, relógios, esmeraldas, dólares e euros |
Mandados cumpridos | 19 buscas e apreensões; 6 prisões ocorridas até agora |
Instituições envolvidas | MPSP (Gedec), Sefaz-SP, empresas investigadas e defensorias |
Fonte: noticiastudoaqui.com