
Assim como existem espécies de cobra que nadam tão bem quanto peixes, também há muitos peixes que parecem com as serpentes. A semelhança se dá principalmente pelo formato alongado do corpo e, em alguns casos, por conta daquela cara de zangada que certas cobrinhas têm.
Entre os peixes muito bem disfarçados, pode-se destacar as enguias (família Anguillidae), as moreias (família Muraenidae), as piramboias (família Lepidosirenidae) e o muçum (Família Synbranchidae).
Entre esses animais que “se disfarçam”, alguns são encontrados na Amazônia, como o poraquê (Electrophorus voltai), um dos integrantes da família das enguias.
Natural da Bacia Amazônica, ele é capaz de produzir descarga elétrica de até 860 volts – cerca de quatro vezes a voltagem de uma tomada de 220 volts.
Peixes simpáticos e inofensivos
Outros aspirantes a serpentes são a piramboia e o muçum, peixes de água doce com nomes que vêm da cultura indígena. Na língua dos tupis – população originária que vivia na costa brasileira quando os portugueses chegaram no Brasil, no século XVI –, o termo “pirá” significa “peixe” e “mboia”, “cobra”; enquanto “mu’su” significa “escorregadio”.
Essa característica, inclusive, é comum aos dois peixes, uma vez que secretam um tipo de muco pela pele. Isso faz com que eles consigam se movimentar rapidamente, escapando de seus predadores e pregando sustos nas pessoas que se refrescam nos rios.
Outra curiosidade é que piramboia e muçum podem viver longos períodos em áreas de lama, sem água, para escapar da seca.
A piramboia consegue essa façanha porque possui pulmão: quando está na água, ela precisa subir à superfície de tempos em tempos para buscar ar. (Com habitat exclusivo em água doce, a piramboia pode ser encontrada nas bacias dos rios Amazonas, Paraguai e baixo Paraná, além de países e regiões como Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana e Guiana Francesa).