TJRO NEGA MANDADO DE SEGURANÇA E APONTA ERRO PROCESSUAL DO VICE-GOVERNADOR



Desembargador afirma que questionamento à emenda constitucional deveria ter sido feito por Ação Direta de Inconstitucionalidade

Redação, 30 de junho de 2025 – O Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO) indeferiu o mandado de segurança impetrado pelo vice-governador do Estado, Sérgio Gonçalves, contra o presidente da Assembleia Legislativa, Alex Redano, por considerar inadequado o instrumento jurídico utilizado. A decisão foi proferida pelo desembargador Francisco Borges, relator do caso.

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No entendimento do magistrado, Sérgio Gonçalves utilizou um meio processual indevido para tentar anular os efeitos da Emenda Constitucional nº 174, aprovada no dia 17 de junho pela Assembleia Legislativa. A norma autoriza o governador a continuar exercendo suas funções remotamente, mesmo quando estiver fora do território estadual, desde que haja autorização formal e uso de meios tecnológicos. Segundo a nova redação, o vice-governador só assume o posto em caso de comunicação expressa do governador ou impedimento legal.

O relator destacou que, por se tratar de uma emenda à Constituição Estadual, o questionamento não poderia ser feito por meio de mandado de segurança, mas sim por Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), o instrumento adequado para contestar normas de natureza constitucional.

A decisão representa mais um revés jurídico e político para Sérgio Gonçalves, que tem protagonizado um embate público com o governador Marcos Rocha, de quem foi aliado direto e escolhido como vice na última eleição. A ação judicial havia sido interpretada como o ponto final na relação entre os dois, selando a ruptura definitiva no núcleo do governo estadual.

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Repercussões políticas

Além do desgaste jurídico, o indeferimento do pedido de liminar fragiliza ainda mais a posição política de Sérgio Gonçalves, que pretendia reverter a medida que o impede de assumir automaticamente o governo em ausências do titular. Com a decisão do TJRO, a emenda continua valendo, fortalecendo a posição do governador Marcos Rocha e afastando, na prática, qualquer chance de transição de poder sem sua anuência.

A crise interna no Palácio Rio Madeira, que já era visível, agora se intensifica com consequências diretas sobre o cenário eleitoral de 2026, afetando inclusive os planos da primeira-dama e secretária Luana Rocha, que pode ver sua candidatura à Câmara Federal comprometida caso o governador decida não se desincompatibilizar do cargo para disputar o Senado.

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A decisão do TJRO, embora técnica, tem impacto profundo no xadrez político de Rondônia e indica que a disputa entre o governador e seu vice está longe de terminar — mas agora terá que seguir por outras vias jurídicas e com o cenário político ainda mais polarizado.

Fonte: noticiastudoaqui.com



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