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Redação, 25 de julho de 2025 – O Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO) encerrou um dos processos judiciais mais acompanhados do cenário político municipal ao rejeitar, por unanimidade, o pedido de cassação do mandato do prefeito de Vilhena, Delegado Flori, e de seu vice, Aparecido Donadoni. A decisão, proferida na sessão de julgamento relatada pelo desembargador Marcos Alaor que confirmou a improcedência da ação, já julgada em primeira instância pela 4ª Zona Eleitoral de Vilhena.
A ação havia sido proposta pela coligação Unidos por Vilhena — composta por MDB, PRD, Agir, PSB, PSD, PDT e Avante —, que alegava abuso de poder político e uso indevido da máquina pública por parte da chapa eleita durante as eleições de 2024.
As acusações foram consideradas infundadas tanto pela juíza eleitoral Christian Carla de Almeida Freitas, na origem, quanto pelo plenário do TRE-RO em grau de recurso.
As alegações e o julgamento
De acordo com a coligação denunciante, Delegado Flori e Donadoni teriam se beneficiado eleitoralmente de uma série de ações promovidas pela Prefeitura de Vilhena em ano eleitoral. Dentre os fatos citados estavam:
- A inauguração de uma galeria com fotos de ex-vice-prefeitos;
- O anúncio de obras, como a duplicação da BR-174;
- O aumento de investimentos em saúde e assistência social;
- A revisão salarial de servidores públicos;
- E o fortalecimento de programas sociais em período próximo à eleição.
Segundo os partidos adversários, tais medidas teriam configurado desequilíbrio na disputa eleitoral ao utilizar a estrutura da administração pública em favor da campanha à reeleição.
No entanto, ao julgar o recurso, o TRE entendeu que as ações questionadas estavam dentro da legalidade e não configuraram abuso de poder, considerando que a maior parte das iniciativas já estava prevista em planejamento anterior ou faziam parte da rotina da gestão pública.
Vitória jurídica e política para a gestão Flori
A decisão fortalece a permanência de Flori e Donadoni à frente da administração de Vilhena e representa uma vitória significativa para o grupo político que venceu as eleições de 2024.
Para analistas políticos locais, o julgamento põe fim a uma nuvem de instabilidade que pairava sobre o comando do município desde a posse.
“A manutenção do mandato permite à gestão consolidar seus projetos e evita um cenário de instabilidade institucional, que prejudicaria tanto o planejamento administrativo quanto a atração de investimentos”, avaliou um advogado eleitoral ouvido pela reportagem.
Fontes próximas à Prefeitura comemoraram o resultado e destacaram que o foco agora será na execução de obras estratégicas, especialmente na área de infraestrutura urbana e saúde pública, com vistas à consolidação de um legado para o próximo ciclo eleitoral.
Repercussão e próximos passos
Apesar da decisão unânime no TRE, ainda é possível que a coligação Unidos por Vilhena recorra ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. No entanto, a tendência é que o processo perca força, especialmente após o respaldo jurídico sólido recebido em duas instâncias.
A oposição, por sua vez, deve redirecionar seus esforços para a atuação legislativa e o fortalecimento de nomes para a disputa de 2026, quando estarão em jogo as cadeiras da Assembleia Legislativa, Câmara Federal e o Senado.
Cenário político mais claro após meses de incerteza
A confirmação do mandato do Delegado Flori ajuda a definir o cenário político de Vilhena para os próximos anos.
Com a segurança jurídica restabelecida, a gestão poderá concentrar esforços na execução de seu plano de governo e na articulação política para ampliar sua base de apoio. Ao mesmo tempo, a oposição terá o desafio de se reorganizar em meio à perda de sua principal aposta para encurtar o mandato do atual prefeito.
Em tempos de judicialização crescente da política, a decisão do TRE-RO reafirma a importância da atuação técnica da Justiça Eleitoral, que, neste caso, optou por preservar a vontade soberana das urnas e reconhecer a lisura do processo eleitoral em Vilhena.
Fonte: noticiastudoaqui.com