OPINIÃO DE VALDEMIR CALDAS - A situação desumana e vergonhosa da saúde pública em Rondônia

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É desumana e vergonhosa a situação por que passa o sistema público de saúde em Rondônia. A cada ano, em vez de melhorar, a situação fica pior. Recentemente, uma equipe de fiscalização do Tribunal de Contas de Rondônia (TCE-RO) retornou ao Hospital e Pronto Socorro João Paulo II, e, mais uma vez, comprovou aquilo que pacientes e profissionais do setor vêm reclamando há vários anos, ou seja, a péssima qualidade dos serviços prestados nas unidades de saúde do estado. E não se diga, contudo, que a culpa é dos trabalhadores, os quais têm ido além de suas possibilidades, mas daqueles que nos governam.

Se a situação já está ruim na capital, que dirá nas cidades do interior, mais carentes de recursos e profissionais, além da vigilância dos órgãos de fiscalização. Louvável a iniciativa do TCE-RO. A fiscalização é importante, primeiro, para advertir, e, na reincidência, punir. Mas só a fiscalização não resolve. Ela precisa vir acompanhada da punição para produzir eficácia. É preciso enquadrar, exemplarmente, os responsáveis, obrigando-os a cumprir as leis e proteger os interesses da população.

Em janeiro de 2003, uma emissora de televisão local mostrou um homem, deitado em uma maca, num dos corredores do Hospital e Pronto Socorro João Paulo II, agonizando com um estilhaço de bala no rosto, enquanto alguém decidia se o seu problema era ou não de urgência. Resultado: o cidadão morreu, horas depois. Teria sido vítima de parada cardíaca. Na época, o secretário da saúde apareceu na televisão, indignado, ameaçando abrir uma sindicância para apurar o episódio, quando, na verdade, deveria oferecer as condições necessárias e indispensáveis para evitar a repetição de fatos dessa natureza.

É deprimente reconhecer, mas, em Rondônia, especificamente no caso do João Paulo II, tudo indica que chegamos àquela situação descrita pelo pensador Dante Alighieri, em sua Divina Comédia, quando diz: “Vós que entrais, abandonai toda a esperança”.


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