Na última quarta-feira (23), a Polícia Civil de Rondônia, por meio da 10ª Delegacia de Nova Mutum Paraná, deflagrou a Operação Terra de Sangue, com o apoio do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) e do Batalhão de Operações Especiais (BOPE). A ação visa coletar provas em uma investigação sobre uma tentativa de homicídio contra um extrativista, ocorrida em meio a um conflito fundiário envolvendo grilagem de terras e exploração ilegal de recursos naturais.
Durante a operação, foram cumpridos mandados judiciais no distrito de Jaci Paraná e em áreas da Reserva Extrativista (Resex) Jaci-Paraná. As autoridades apreenderam três espingardas, 210 munições (entre intactas e deflagradas) e realizaram diversas autuações por crimes ambientais. Contexto de Conflito na Resex Jaci-Paraná
A Resex Jaci-Paraná tem sido palco de intensos conflitos agrários, caracterizados por invasões de grileiros, desmatadores e pecuaristas que praticam ilegalidades dentro de seus limites. Relatórios apontam que, em 2019, mais de 49 mil animais foram transferidos ilegalmente da reserva para fazendas e frigoríficos, em um esquema conhecido como "lavagem de gado".
Em setembro de 2024, a 1ª Vara da Fazenda de Porto Velho condenou dois frigoríficos e três fazendeiros a pagar mais de R$ 4 milhões por danos materiais e morais coletivos, além de determinar a restauração da unidade de conservação. A decisão foi baseada na constatação de que 232 hectares de vegetação nativa foram ilegalmente desmatados dentro da Resex.
As comunidades extrativistas da região têm enfrentado ameaças constantes. Em setembro de 2023, a residência de um seringueiro foi incendiada após denúncias sobre extração ilegal de madeira. Além disso, há relatos de que extrativistas estão sendo impedidos de circular por determinadas áreas da reserva, com restrições impostas por grileiros armados.
A Operação Terra de Sangue representa um esforço das autoridades para combater a violência e os crimes ambientais na região, buscando garantir a segurança das comunidades tradicionais e a preservação da floresta amazônica. As investigações continuam em andamento, com o objetivo de identificar e responsabilizar todos os envolvidos nas atividades ilegais.
Fonte: noticiastudoaqui.com
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