Porto Velho (RO) – Após anos enfrentando sérias deficiências em infraestrutura sanitária, a capital de Rondônia começou a registrar melhorias significativas em saúde pública e limpeza urbana graças à Parceria Público-Privada (PPP) dos resíduos sólidos, implementada em 2024.
No entanto, a decisão unilateral da Prefeitura de anular o contrato da PPP ameaça reverter os avanços conquistados nos primeiros meses da iniciativa.
A cidade, que lidera o Ranking do Saneamento 2024 como a pior do país segundo o Instituto Trata Brasil, vinha experimentando uma guinada positiva.
Com mais de R$ 50 milhões em investimentos, a PPP ampliou a cobertura da coleta de lixo, inclusive em áreas de difícil acesso logístico, promovendo a universalização do serviço. A iniciativa também criou canais diretos com a população para o recolhimento de resíduos descartados irregularmente, contribuindo para a melhoria da limpeza urbana e redução de focos de doenças.
Um dos reflexos mais notáveis foi na área da saúde: os casos de dengue caíram 38% entre 2023 e 2024, conforme dados do DATASUS, atribuído em parte à coleta eficiente de resíduos que antes acumulavam água parada – ambiente propício para proliferação do mosquito Aedes aegypti. Além disso, a remoção sistemática de lixo ajudou a conter surtos de doenças entéricas e vetores como baratas, roedores e moscas.
Apesar disso, a gestão do prefeito Léo Moraes anulou o contrato da PPP, desconsiderando uma decisão anterior da Câmara Municipal que havia rejeitado o projeto de lei para o encerramento da parceria.
A disputa em torno da PPP revela não apenas um embate administrativo e jurídico, mas também um potencial impacto direto na saúde pública e na qualidade de vida dos moradores da capital rondoniense.
O futuro da coleta de resíduos em Porto Velho permanece indefinido, enquanto a população observa com apreensão a possibilidade de retrocesso nos serviços essenciais.
Fonte: noticiastudoaqui.com