
Obra de R$ 421 milhões será estratégica para integração econômica e logística da região Norte
Redação, Porto Velho, RO, 31 de julho de 2025 – Após quase um ano de suspensão pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) anunciou, nesta quarta-feira (30), que o Consórcio Mamoré venceu a licitação para a construção da ponte binacional sobre o rio Mamoré, que ligará Guajará-Mirim (RO), no Brasil, à cidade boliviana de Guayaramerín.
O projeto integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e prevê uma estrutura de 1,22 km de extensão, incluindo os acessos viários e o complexo de fronteira. O contrato está avaliado em R$ 421 milhões e abrange a elaboração do projeto básico e executivo, além da execução das obras, que devem ser iniciadas em até seis meses após assinatura da ordem de serviço. O prazo estimado para conclusão é de dois anos e meio a três anos.
Obra destravada após análise do TCU
A licitação, publicada no Diário Oficial da União em novembro de 2023, havia sido suspensa pelo TCU em outubro do mesmo ano, devido a questionamentos técnicos e orçamentários. Após revisões e ajustes, o processo foi retomado, permitindo o anúncio do vencedor.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou que o empreendimento é uma das obras mais estratégicas do eixo logístico Norte-Pacífico, capaz de impulsionar a economia regional e ampliar o comércio internacional.
“É uma obra que vai integrar o desenvolvimento do Norte do Brasil, do Centro-Oeste e da Bolívia, criando um corredor capaz de chegar ao Chile e ao Peru. Será fundamental para a integração regional e para a competitividade logística do país”, afirmou o ministro.
Impacto econômico e logístico
A ponte binacional representa um marco histórico na relação entre os dois países, fruto de um acordo de cooperação que remonta a quase um século. Além de fortalecer os laços diplomáticos, a infraestrutura deve facilitar o escoamento de produtos brasileiros para os mercados andinos e para o Oceano Pacífico, reduzindo custos logísticos e criando novas rotas comerciais.
Para Rondônia, a obra promete impulsionar a economia local, beneficiando produtores agropecuários e setores de exportação. Já para a Bolívia, a ponte abre novas oportunidades de venda para produtos estratégicos.
O ministro de Obras Públicas da Bolívia, Edgar Montaño, reforçou a expectativa de ganhos comerciais bilaterais:
“Essa ponte é importante porque nós temos para oferecer ao Brasil lítio, sal para o gado e produtos exóticos que a Bolívia produz. Será uma nova porta de integração econômica entre os nossos países”, declarou.
Perspectiva de integração regional
A construção da Ponte Binacional do Mamoré não apenas facilita o transporte de cargas e pessoas, mas também se conecta a uma visão mais ampla de integração sul-americana. Ao criar um corredor logístico do Norte do Brasil ao Pacífico, a obra pode reduzir distâncias comerciais com países como Peru e Chile, tornando Rondônia uma rota estratégica de exportação.
Com o início das obras previsto para 2026 e a conclusão em até três anos, a expectativa é que o projeto transforme Guajará-Mirim em um hub logístico e aumente significativamente o intercâmbio cultural e econômico entre Brasil e Bolívia.
Dados da obra:
- Extensão da ponte (1,22 km)
- Valor do contrato (R$ 421 milhões)
- Prazo de execução (2,5 a 3 anos)
- Benefícios: integração regional, escoamento de produtos, importação de lítio e sal boliviano
Fonte: noticiastudoaqui.com