Com um investimento de R$ 4,8 milhões, o programa tem como meta principal o fortalecimento de sistemas agroflorestais voltados à produção de açaí, principal fonte de renda para centenas de famílias ribeirinhas e produtores da região. O BID, responsável por intermediar e supervisionar a aplicação dos recursos, buscou garantir que o aporte chegue diretamente aos beneficiários — os produtores locais — e não se perca em entraves burocráticos ou desvio de finalidade, como historicamente tem ocorrido em diversas iniciativas públicas no Brasil.

A liberação efetiva dos recursos foi confirmada após a avaliação técnica da missão, que considerou viável e coerente a aplicação do projeto dentro dos parâmetros de sustentabilidade exigidos. A ideia é consolidar uma cadeia produtiva que respeite o meio ambiente e, ao mesmo tempo, gere renda de forma justa, inclusiva e duradoura.

Além de responder aos desafios ambientais da região, o programa busca desmontar críticas recorrentes de setores que acusam as instituições internacionais de agirem de forma distante das reais necessidades da população amazônida. “Essa é uma resposta prática àqueles que acusam os organismos internacionais de ignorarem os pobres da Amazônia. A responsabilidade de atender essas populações é, antes de tudo, dos gestores públicos locais e nacionais”, afirmou uma fonte ligada à missão.

O investimento, embora modesto frente às demandas gigantescas da região, representa um passo importante para garantir que políticas sustentáveis saiam do papel e tenham impacto real no cotidiano das comunidades. Num cenário político marcado por escândalos envolvendo desvio de verbas e orçamentos secretos, a transparência na aplicação desse tipo de recurso ganha ainda mais relevância.

A expectativa é que, com o apoio técnico e financeiro, a cadeia produtiva do açaí no Marajó possa se tornar um modelo replicável de desenvolvimento sustentável na Amazônia.