ASSENTADOS PELO INCRA - Governo inicia operação de desintrusão na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau

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Redação, Porto Velho, 10 de setembro de 2025 - Nesta última segunda-feira, 8 de setembro de 2025, o Governo Federal deu início a uma operação de retirada de invasores da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia, com o objetivo de proteger o território e garantir seu usufruto exclusivo pelas comunidades indígenas.

A ação foi motivada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ADPF 709, e coordenada pela Casa Civil da Presidência da República, contando com a participação de mais de 20 órgãos públicos federais, como a Funai, PF, PRF, Força Nacional, Ibama, ICMBio, Abin, Ministério da Defesa, Ministério dos Povos Indígenas, Ministério da Justiça e Segurança Pública, além do apoio logístico do Exército Brasileiro.

Contexto Territorial e Sociocultural

A TI Uru-Eu-Wau-Wau, homologada em 1991, abrange aproximadamente 1,8 milhão de hectares, distribuídos por Guajará-Mirim e mais 11 municípios rondonienses. Vivem na área cerca de 500 indígenas dos povos Uru-Eu-Wau-Wau (Jupaú), Amondawa, Cabixi e Oro Win, além de pelo menos três grupos isolados identificados pela Funai.

A região é objeto de intensa pressão por grifagem, extração ilegal de madeira, desmatamento, mineração e atividades agropecuárias não autorizadas, e abriga o Parque Nacional de Pacaás Novos, unidade de conservação de proteção integral.

Estratégia da Operação

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A força-tarefa federal adotará ações integradas, incluindo:

  • Fiscalização terrestre e aérea
  • Inutilização de maquinários usados em atividades ilegais
  • Monitoramento contínuo da área
  • Ações de comunicação e diálogo com lideranças indígenas locais

O objetivo declarado é promover a retirada pacífica dos invasores, garantir o retorno pleno do território às comunidades indígenas e impedir novas ocupações.

Desafios e Fases da Operação

Durante coletiva em Porto Velho, o coordenador-geral da operação explicou que uma das primeiras etapas será mapear as irregularidades existentes no território. O Ministério dos Povos Indígenas, por meio de seu secretário nacional, Marcos Kaingang, reafirmou o compromisso com diálogo e respeito às pessoas de boa-fé eventualmente presentes, como moradores do antigo Projeto de Assentamento Dirigido (PAD) Burareiro, que será tratado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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A Funai e o INCRA conduzirão um levantamento detalhado dos ocupantes, para identificar quem eventualmente possa estar em situação de boa-fé antes da demarcação da terra indígena, buscando soluções mediadas que ouçam indígenas, agricultores e órgãos governamentais envolvidos.

Relevância e Linha Histórica

Esta operação em Rondônia representa a nona etapa de desintrusão promovida pelo governo federal desde 2023, reforçando a prioridade dada à proteção dos povos indígenas e do meio ambiente na agenda nacional.

Operações anteriores ocorreram em TIs como Kayapó, Munduruku, Yanomami, Alto Rio Guamá, Trincheira Bacajá, Apyterewa, Araribóia, entre outras.

Panorama Resumido

AspectoDetalhes
Data de início8 de setembro de 2025
TerritórioTerra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau (1,8 milhões de ha)
PopulaçãoCerca de 500 indígenas de diferentes povos
ObjetivosRetirada de invasores, combate a crimes ambientais e proteção indígena
Estrutura da operaçãoMais de 20 órgãos federais, Exército no apoio logístico
AbrangênciaFiscalização, inutilização, monitoramento, diálogo com comunidades

Desdobramentos Potenciais

Espera-se que a operação gere avanços significativos na proteção do território e na preservação ambiental. A desintrusão também será um fator simbólico e estratégico, especialmente com o Brasil se preparando para sediar a COP30 em Belém e fortalecer sua política ambiental e indígena em cenário internacional.

A presença contínua da Força Nacional, Funai e órgãos ambientais deve assegurar que a terra permaneça sob controle indígena após a desocupação inicial, com planos de sustentabilidade e governança territorial em discussão junto às comunidades locais.


Fonte: noticiastudoaqui.com


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