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Hipocrisia e arrogância

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ColunistaOsmar Silva

Vivemos uma geração de cultuadores de dois monstros do comportamento humano: a hipocrisia e a arrogância. O primeiro dá dinheiro. O segundo representa o poder.

É altamente lucrativo ser falso, mentiroso e servil com quem está um degrau acima. Assim como ser arrogante sobre o menor, é autoridade. O poder do “quem pode mais, chora menos”.

Esse culto do mal objetiva tirar o máximo do menor e arrancar o que puder  do maior com muito para dar. Esse jogo sujo alimenta o capitalismo patrimonialista e a cultura do ter para ser.

É isso mesmo. Para a sociedade atual, materialista, só tem valor quem acumulou, não importa como nem por qual meio. Tem? Então é vitorioso. Está tudo limpo, valeu. Não tem? É derrotado. Tira-se dele o que lhe resta.

Os sorrisos, treinados no espelho, cessam se a servidão que lambeu botas e bunda não der lucro. Ou se o outro deixou de ser necessário.

Essa vilania diabólica não conhece amizade nem lealdade. Estes valores são para ser cobrado dos outros. Se não juntou, que serventia tem cultura e saber, dedicação e fidelidade?

É com base nesse binômio, pecaminoso e criminoso, que se exibe o que se tem para os iguais e esconde-se dos desiguais. Para o primeiro, é afirmação de pertencer àquele meio e para o segundo, o escudo para evitar indesejáveis.

Esta regra permeia todos os ambientes sociais e contamina as pessoas, salvo as poucas exceções. Exatamente por isso, dizeres antigos permanecem: “Rico é rico, Pobre é pobre”, e “Patrão não é amigo de empregado, Empregado não é amigo de patrão”. Assim, bem separado Por aí vai.

No ambiente político, a hipocrisia viceja adubada. Vejam-se, o exemplo dos modestos patrimônios declarados da maioria dos candidatos. Quem acredita?

Escondem o maior e mostram o menor. Mas não lhes falta meios para contratar bancas caras para defesa de suas vilanias e crimes.

Mentir, enganar, iludir. Esse é o negócio. Isso dá muito dinheiro!

Olhe o teatro de ilusão Luliano: apresenta certidão de domicílio numa cidade paulista quando, na verdade, reside numa cela da Polícia Federal em Curitiba. É ali que mora, até provar inocência ou cumprir a pena a que foi condenado.

Inventa-se, cria-se e pratica-se todo tipo de artifício para enganar a sociedade. São armadilhas eleitorais para capturar o analfabeto social, o cidadão de boa fé para ganhar o poder e continuar a senda de crimes.

E não basta ter o poder político para governar. É necessário o poder financeiro para corromper, comprar almas e até braços armados.

Entristeço-me com a geração bruta que estou deixando para os meus filhos. “Uma sociedade de pessoas que, em sua maioria, não tem estatura moral para dizer ‘eu errei, me desculpe”.

 

Osmar Silva – jornalista – presidente da Associação da Imprensa de Rondônia (AIRON) – Editor do noticiciastudoaqui.com – WhatsApp 99265.0362 – sr.osmarsilva@gmail.com


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