5 filmes que foram além da linguagem falada
A abertura promovida pelas redes sociais para novas formas de comunicação e de perspectivas de mundo vem modificando a própria estrutura da sociedade, conforme aqueles que não tinham voz vão conquistando seu merecido espaço dentro da esfera pública. Mas a voz, no entanto, não se limita às palavras, à linguagem falada, algo que diretores e roteiristas perceberam recentemente. Confira a seguir a compilação de cinco longas preparada pelo AdoroCinema sobre filmes que incorporaram outros meios de comunicação que não a expressão falada em suas inovadoras estruturas e tramas:
A CHEGADA
Também conhecido como o paraíso dos linguistas, A Chegada, ficção científica de Denis Villeneuve, parte de uma muito profunda análise dos idiomas humanos para construir um comentário sobre a própria humanidade em si. Como as palavras fazem com que nos relacionemos e, mais, nos distanciemos uns dos outros? Como a linguagem pode construir realidades diferentes? Estas são apenas algumas das importantes questões perseguidas pela Dra. Louise Banks (Amy Adams), chamada às pressas pelos militares dos Estados Unidos para investigar e tentar estabelecer contato com uma dupla de alienígenas que pousou na Terra. Falado parcialmente no idioma dos aliens, A Chegada traz questionamentos importantes sobre a ideia de tempo e de conexão humana sem nunca perder o entretenimento de vista.
BUSCANDO...
A paranoia e ansiedade acarretadas pela hiperconectividade das redes sociais estão no centro de Buscando..., thriller estrelado por John Cho(Star Trek) que é totalmente ambientada no espaço virtual dos aplicativos e telas de computadores. Em uma jornada desesperada para reconstituir os passos de sua filha desaparecida, David (Cho) embarca em uma espiral de enganos e desencontros provocada pela complicada comunicação contemporânea. Baseado em uma estrutura empolgante e de fácil identificação pelo público consumidor das redes sociais, Buscando... é um interessante e cativante experimento que também coloca em pauta alguns dos principais obstáculos postos pela internet e pela conexão ininterrupta.
O ESCAFANDRO E A BORBOLETA
Como narrar a trágica história do extravagante e excêntrico Jean-Dominique Bauby, poderoso editor da prestigiada revista Elle que, após sofrer um gravíssimo acidente vascular cerebral, perdeu todos os movimentos do corpo? A resposta encontrada pelo diretor e pintor Julian Schnabel em O Escafandro e a Borboleta foi simples, porém corajosa: colocar o espectador dentro do ponto de vista do personagem, vivido por Mathieu Amalric (A Pele de Vênus), uma vez que a única parte que Bauby podia movimentar era seu olho esquerdo. Rodando mais da metade do filme como se o público visse tudo que o protagonista vê através de sua encurtada visão, o cineasta nova-iorquino criou uma obra poética, emocionante e muito desafiadora em O Escafandro e a Borboleta, com sua linguagem cinematográfica subjetiva e sensorial.
BILLY ELLIOT
Preso às convenções e ao seu complicado núcleo familiar, o jovem Billy Elliot (Jamie Bell) é obrigado por seu pai a aprender a lutar boxe, em uma antiquada forma de reafirmação de sua masculinidade. Mas em uma reviravolta, Billy acaba se apaixonando por outra forma de expressão: a dança, mais especificamente o balé. Incentivado por sua professora, a Sra. Wilkinson (Julie Walters), o rapaz navega as dificuldades da vida através da arte, o que dá a chance ao diretor Stephen Daldry (The Crown) de estruturar grande parte desta comédia dramática ao redor da dança, fundamentando Billy Elliot através da linguagem corporal exercida pelo seu jovem e fascinante protagonista.
UM LUGAR SILENCIOSO
Para fechar a lista, não poderia faltar um dos blockbusters mais ousados dos últimos tempos: Um Lugar Silencioso, que certamente faz jus ao seu título. Ambientado em um cenário pós-apocalíptico, o filme que revelou os talentos de John Krasinski como potencial astro de Hollywood e competente cineasta traz a humanidade enfrentando um inimigo letal: uma raça alienígena cega que encontra suas presas por meio de sua audição completamente avançada. Impossibilitados de produzir qualquer tipo de ruído, portanto, uma família, à espera de mais uma criança, precisa usar a linguagem de sinais para se comunicar. Potencializado pelas performances de Emily Blunt e da jovem Millicent Simmonds (Sem Fôlego), atriz que porta deficiência auditiva, Um Lugar Silencioso, que já está disponível no Telecine Play, tira o fôlego da plateia com sua inteligente e repleta de suspense metáfora sobre a maternidade/paternidade. Esse e outros sucessos podem ser vistos onde você estiver com o Telecine Play.
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