Reflexão no Dia da Imprensa
Em 1999 quando se resolveu trocar a data comemorativa da imprensa brasileira de 10 setembro para 1º de junho, fez-se a opção para comemorar a nascimento da imprensa livre, vigilante e combativa. Foi o dia da primeira circulação do Armazém Literário, como era conhecido, o Correio Braziliense no Brasil.
Era isso que representava o Correio Braziliense de Hipólito da Costa nascido em 1808 em Londres e vinha clandestinamente para o Brasil nos porões dos navios. E, no Rio de Janeiro, ganhava as ruas mostrando os desacertos da Corte brasileira.
O 10 de setembro comemorava a impressão, no Brasil, do jornal Gazeta do Rio de Janeiro, criado pela Corte para comemorar o aniversário de D. João, o Príncipe Regente. Portanto, um jornal chapa branca onde não se publicava nada que ofendesse a elite Real.
Até hoje nos batemos contra a censura. Arma de toda personalidade e governos autoritários. Foi usada com dureza pelos governos militares da ditadura brasileira. O PT, nos 13 anos de poder, tentou implantar marco regulatório sobre a imprensa nacional, tendo à frente, o jornalista Franklin Martins. Nossa resistência e a consciência nacional impediu o intento.
Não podemos cochilar para mantermos vivo e livre, o direito de informar e ser informado. A informação é o bem que move o mundo e determina os destinos de uma nação, de uma comunidade ou de uma pessoa.
Tenho visceral resistência à censura. Deixei de exercer, ao longo da vida, cargos e funções pelo simples pedido ou ordem: ‘quando terminar de escrever, quero ver’. Pegava o chapéu e ia embora. Chame outro. Só a quem me ensina, dou esse direito. Para quem trabalho ou confia em mim, ou não confio nele. Pronto!
Fazer imprensa livre e independente é um dos maiores desafios da democracia. É só mexer no calcanhar de qualquer um que detenha alguma forma de poder e a reação é imediata. Bom quando ocorre nos limites geográficos da lei. De forma educada e civilizada. Mas isso é para poucos.
Infelizmente, é comum o suposto ofendido usar a violência em todas as suas formas, para intimidar e até eliminar o alvo da suposta ofensa.
Por isso, tentam submeter a imprensa desvalorizando seu produto e seus profissionais. As verbas publicitárias são liberadas a conta gotas e com valores aviltados, que é para não engrossar a voz. Os trabalhadores têm baixa remuneração, para não inchar o pescoço. São formas de controle no ambiente público e privado.
Só nos cabe lutar e resistir. Com dignidade e honra.
Osmar Silva – Jornalista – Presidente da Associação da Imprensa de Rondônia-AIRON – Diretor do noticiastudoaqui.com – WhatsApp 99265.0362 – sr.osmarsilva@gmail.com
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