ELES DANÇAM, NÓS PAGAMOS | Notícias Tudo Aqui!

ELES DANÇAM, NÓS PAGAMOS

Compartilhe:
ColunistaOsmar Silva

     ”Mamãe, não quero ser 

prefeito

Pode ser que eu seja

eleito

E alguém pode querer me assassinar”

Raul Seixa

 

Os versos da canção do eterno Raul Seixas retratam uma dura e cruel realidade. A lembrança mais recente e mais traumática é a de Jair Bolsonaro recebendo uma facada mortal em plena luz do dia, no meio da rua e da multidão que o seguia na campanha presidencial. Hoje, como presidente da República, se queixa de engolir sapos todos os dias. E diz que o Brasil é ingovernável.

Em Rondônia registramos a morte de Olavo Pires, senador da República e candidato ao governo do Estado. Até hoje envolto na penumbra, igual a vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro. Além de prefeitos assassinados no exercício do mandato em vários municípios. Um dos mais recentes, foi o de Chico Pernambuco, de Candeias do Jamari. Originando uma crise política que só agora, com eleição fora de época, parece se encaminhar para o fim.

Na Capital, é notória a agonia de quantos passaram pelo Palácio Tancredo Neves. E, ali, enterraram carreiras políticas promissoras e viram sonhos transformados em pesadê-los. O último, Hildon Chaves, envelheceu 10 anos em 2, vergado sob o peso de desafios seculares, dinheiro de menos e ganancias políticas de mais.

Diante desse cenário, já virou bordão afirmativas de colunistas e influenciadores de que a Prefeitura de Porto Velho é um cemitério político.

Então, por que alguém, quieto no seu canto, quer ser prefeito?

A resposta vem rápida no gogó de peru de todos eles: para resolver os problemas da cidade; ajudar o povo; provar que é possível fazer mais com menos; e por aí vai.

Nesse momento, nos 5.568 mil municípios do país, a movimentação política partidária é intensa. Afinal, no país das eleições, ano que vem é ano eleitoral. Hora de eleger 5.568 mil prefeitos e quase 60 mil vereadores. O emprego é bom, paga bem e paga em dia. Além de muitas, mas muitas vantagens extras.

Não é só isso: tem outra coisa excepcional. O candidato não gasta um tostão do bolso. E, se for habilidoso, até aumentará o acervo pessoal. Se perder, não terá prejuízo. Se ganhar, melhorará as habilidades para ampliar as posses.

E sabe quem oferece essas vantagens? Nós, os trouxas, pagamos tudo. Lembremos: deixamos que criassem o Fundo Partidário e o Fundo Eleitoral. Os dois somam quase R$ 3 bilhões por ano. E não há crise que lhes tire esse dinheiro. Nem com nojo!

É por isso que temos quase 40 partidos políticos no Brasil. Na maioria dos países não passam de meia dúzia. É um excelente negócio ter um partido político. Ser candidato. Você só ganha. Nunca perde. O sujeito fez um pé de meia, não importa como, agora quer aumentar o seu poder e as oportunidades: pronto, entra para a política.

Só Porto Velho, hoje, nesse ano pré-eleitoral, já tem mais de 10 nomes de pretendentes à prefeitura. Será que, se tivessem que pagar a campanha do próprio bolso, por conta e risco da ambição, teríamos essa enxurrada de pré-candidatos a cargo de alto risco pessoal?

Claro que não! Ninguém bota dinheiro bom em coisa ruim. Então vale a pena correr o risco de alguém ‘querer me assassinar’. A política ainda é um ambiente para se ganhar dinheiro, multiplicar fortunas, dá um brilho na riqueza acumulada. Só os raros honestos têm prejuízo. Afinal, no Brasil, honestidade custa caro, muito caro.

Osmar Silva – Jornalista – Presidente da Associação da Imprensa de Rondônia-AIRON – diretor do nticiastudoaqui.com – WhatsApp 99265.0362 – sr.osmarsilva@gmail.com

 

 

 

 


 Comentários
Noticias da Semana
Dicas para te ajudar
TV Tudo Aqui