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Este relógio com tela flexível não é tão zoado quanto parece

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O MWC deste ano se tornou uma celebração de todos os tipos de dispositivos de telas flexíveis. Depois da aparição do Samsung Galaxy Fold e do Huawei Mate X, eu comecei uma caçada a mais gadgets de telas dobráveis. Foi nessa hora que eu lembrei que a Nubia – fabricante de dispositivos esquisitos como este telefone de duas telas – trouxe para Barcelona uma versão redesenhada de um smartphone em formato de relógio com uma tela flexível.

Para ser claro, o Nubia Alpha foi anunciado originalmente na IFA 2018, mas agora que a tecnologia flexível está em voga, eu estava muito curioso para ver como o dispositivo progrediu durante os últimos seis meses, especialmente pelo fato de a companhia ter feito algumas melhorias no projeto do conceito. 

O design esquisito do Alpha parece ficar em algum lugar entre o Samsung Galaxy Gear original e a Microsoft Band, mas com a adição de uma tela longa e flexível, além de uma saliência de cada lado. Quando eu vi o Alpha pela primeira vez, zoei o fato de terem incluído uma pulseira super larga e uma carcaça desajeitada e grandona. Mas depois de finalmente ter a chance de experimentar o último modelo, ele se provou menos ofensivo do que eu temia.

Eu diria que o Alpha erra por pouco. Não é o desastre certo que eu previa. Na real, o grande erro da Nubia é tentar fazer coisas demais nesse dispositivo. Tentar incluir funcionalidades básicas de um smartwatch como monitoramento de batimentos cardíacos e contador de passos em um dispositivo que também é capaz de fazer ligações, tirar fotos e reproduzir vídeos é pedir para ter problemas. 

A Nubia fez uma série de melhorias desde a IFA 2018, incluindo um novo projeto para a pulseira, que agora é mais fina, mais atrativa e não muito diferente de pulseiras metálicas usadas em relógios tradicionais. Quando eu vesti, pensei que o dispositivo iria parecer um monstro no meu pulso, mas isso não aconteceu.

A fabricante também diminuiu as saliências dos dois sensores do Alpha e incluiu botões mais tradicionais nas laterais para ajudar na navegação de ajustes e menus. Ao usar o relógio, senti muita rapidez e consegui deslizar e tocar pelos menos com uma familiaridade rara ao usar dispositivos tão ambíguos. Mas por alguma razão, os controles sensíveis ao toque regulares não são o suficiente para o Alpha, por isso a companhia adicionou a possibilidade de navegar pelos menos ao fazer gestos com a mão acima de um sensor de movimento presente no lado esquerdo do dispositivo. 

Os controles por gestos remotos são um truque legal, mas no final das contas, eu não consegui parar de pensar como seria o visual do produto sem os sensores e sem a câmera de 5 megapixels. Se ele fosse um smartwatch tradicional com uma tela curvada, certamente me chamaria mais atenção.

A grande estrela do show é a tela OLED de 4 polegadas com resolução de 960 x 192 pixels e que é bem boa. Com uma densidade de pixels de 225 PPP, os textos e vídeos ficam bem nítidos. Embora o display curvado às vezes signifique que você não conseguirá ver as duas pontas ao mesmo tempo, há um apelo futurístico no visual, uma vez que a tela parece ir ao infinito enquanto acompanha o seu pulso. 

E apesar de estar equipado com um chip meio ultrapassado como o Snapdragon Wear 2100 e apenas 1GB de RAM, ele me pareceu bem responsivo. A Nubia diz até que sua bateria de 500 mAh é capaz de segurar quase dois dias de uso com uma única carga, o que é mais do que o prometido pela Apple em sua última geração de relógios.

O que me surpreendeu mesmo foi o preço do modelo com suporte apenas para Bluetooth: 450 euros (R$ 1.940, na cotação atual). Ele não é exageradamente caro para um aparelho que tem tanta coisa e é tão diferente. A fabricante está produzindo ainda um modelo com suporte a dados de celular via eSIM por 550 euros (R$ 2.370). 

Eu ainda não compraria um Alpha no lançamento, previsto para o terceiro trimestre. Mas depois de usá-lo por alguns minutos, fiquei surpreso ao descobrir que o híbrido de smartphone com relógio da Nubia não é tão ridículo quanto eu pensei que seria. Em muitos aspectos, as telas flexíveis podem ter ainda mais a oferecer em dispositivos vestíveis do que em smartphones.


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