Renovar com responsabilidade

Se, em nível federal, o presidente Jair Bolsonaro nada de braçadas no mar da popularidade nacional, como ficou evidente na mais recente manifestação popular, uma onda empurra a população rondoniense e, principalmente, a do município de Porto Velho, contra os arrecifes do desalento, frente a uma corrida de obstáculos que parece não ter fim.
E isso, logicamente, é péssimo, porque, quando o prestígio de governantes e políticos cai no conceito da opinião pública, o resultado é catastrófico, o povo fica desnorteado, sem rumo, como um barco à deriva, criando, assim, um ambiente extremamente desfavorável à ordem e à autoridade.
Graças a Deus temos uma população, em sua maioria, pacifica e ordeira. Caso contrário, a situação já teria degringolado. Basta reparar os problemas que envolvem o sistema de transporte coletivo, apenas para ficar nesse exemplo, mas há outros, tão graves quanto esse, sem que ninguém tome nenhuma providência para, pelo menos, oferecer um serviço digno aos usuários do setor.
O clima que há hoje, em Rondônia, principalmente no âmbito de Porto Velho, é um dos piores. É comum o povo se desencantar com seus dirigentes no final do governo. Geralmente, o começo de uma administração é marcado pela euforia e confiança no alvorecer de novos tempos, mas o que se tem visto é exatamente o oposto, ou seja, um ambiente de inconformações e cobranças sociais, perfeitamente justificáveis.
No próximo ano, teremos eleições para prefeito e vereadores. Já tem gente apontando os possíveis milagreiros capazes de, num passe de mágica, devolverem à população a paz e a confianças perdidas, como se o novo tempo desejado por todos pudesse ser obra da engenharia política acéfala da realidade social.
O fato de o cidadão ter conquistado uma montanha de votos numa eleição para governador, senador, deputado federal ou estadual, não quer dizer que ele reúna as condições necessárias para comandar os rumos de um município com as dimensões e os problemas que tem Porto Velho. Isso não vale como credencial.
A realidade deplorável que hoje temos é produto da degradação do poder político e administrativo, que precisa ser erradicada pela reação do bom senso municipal, através do voto seletivo e consciente. Não podemos nos deixar enganar, mais uma vez, pelo discurso político que em nada se coaduna com o quadro de dificuldades pelo qual passamos.
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