"Ficar no Brasil é fim de carreira", diz cientista que se mudou para a Suécia | Notícias Tudo Aqui!

"Ficar no Brasil é fim de carreira", diz cientista que se mudou para a Suécia

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“Infelizmente, sou mais um jovem cientista que deixa o país para dar continuidade a um sonho iniciado na infância e viabilizado pelas agências de fomento à pesquisa brasileira. Fui, mas espero um dia voltar!”, afirmou Alex S. Lima, doutor pelo Instituto de Química da USP e pesquisador no Departamento de Química e Biologia Molecular da Universidade de Gothenburg, na Suécia. 

A seção Tendências/Debates da Folha de S.Paulo trouxe domingo (17) o depoimento de um jovem pesquisador que deixou o Brasil.  

“O Brasil investiu na minha formação durante 15 anos. Pagou meus estudos no exterior por pouco mais de um ano. Retornei para ser professor, montar um grupo de pesquisa e compartilhar o conhecimento que adquiri lá fora e aqui durante todos esses anos, mas as oportunidades no nosso país estão cada vez mais raras. Procurando alternativas, fui contratado na Suécia”, afirma o jovem pesquisador. Formado em química em 2008 pela Unesp, mestre (2011) e doutor (2015) em química pela USP, ele concluiu em 2018 seu pós-doutorado em Gothenburg, com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa da Universidade de São Paulo (Fapesp).

“A insistência de um jovem cientista em permanecer no Brasil pode custar o fim de sua carreira”, diz Alex Lima, que abre seu artigo afirmando: “Estamos acompanhando um desmanche na nossa principal agência de fomento de pesquisa do Brasil, o CNPq, a mesma que possibilitou o início da realização do meu sonho e de muitos outros jovens de se tornar um cientista”.

Confira o artigo “Do desejo de ser cientista à ‘fuga’ da mão de obra”.

Imperdível também, na mesma edição, uma curta, mas profunda e contundente reflexão sobre o CNPq, de Maria Herminia Tavares de Almeida, professora titular aposentada de ciência política da USP e pesquisadora do Cebrap:

Crises são ocasiões para rever programas e procedimentos, refinar critérios de uso de recursos escassos, fixar prioridades. Não é isso, porém, o que se vê. Um governo cujo núcleo dirigente despreza a ciência, cultiva a ignorância e encara a universidade como reduto inimigo dispara mudanças sem nexo nem rumo. É o caso da proposta de fusão da Capes com o CNPq. Apresentada como ajuste, tem tudo para virar desmanche.

Confira em “Política de desmanche – Fusão da Capes com o CNPq tem tudo para virar desmanche”.

MAURÍCIO TUFFANI
Editor do blog Direto da Ciência

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