Governo garante novos kits para o ensino de Robótica e passagens para equipe que disputará nacional
O papel de melhorar e transformar a vida de muitas crianças ou jovens em idade escolar tão sonhado pelo Poder Público pode ser encontrado na Robótica. Um ambiente de desafio e acolhimento para aqueles que tem altas habilidades, e muitas vezes em uma sala de aula são tratados como diferentes ou inquietos.
Outro agente transformador pode ser detectado em estudantes que antes não ligavam para disciplinas como Matemática, Ciências, Física ou mesmo Português, e passam a se dedicar com afinco para conseguir programar e desenhar robôs.
Essa é uma realidade que foi apresentada durante uma homenagem aos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Barão de Solimões, classificados para a etapa nacional da Olimpíadas Brasileira de Robótica (OBR) que acontecerá este ano entre os dias 22 a 26 de outubro, na cidade de Rio Grande/RS.
A classificação da equipe denominada Malibu, alunos orientados pela professora Lucy Mara Camacho, da Escola Barão dos Solimões, foi obtida na 7ª Edição da Fase Estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), promovida pelo Instituto Federal de Rondônia (Ifro).
Os alunos participam do “Projeto de Educação Tecnológica na área de Robótica para alunos com Altas Habilidades/Superdotação”, implantado desde 2010, em Escolas da Rede Estadual de Ensino. Na capital o projeto acontece atualmente em 19 Escolas.
Esta semana esses alunos foram homenageados no saguão da sede da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), em Porto Velho, quando fizeram uma apresentação para equipe pedagógica e receberam a notícia de que o Governo do Estado já assegurou as passagens para a professora e os todos os membros da equipe para participar da Fase Nacional da OBR.
Além de garantir a viagem da equipe, o secretário de Estado da Educação, Suamy Vivecananda, anunciou a ampliação do projeto de robótica para mais 20 Escolas em todo o Estado, anunciou ainda a aquisição de 110 notebooks para as Salas de Recursos Multifuncionais das escolas contempladas com Robótica Educacional e 160 notebooks para as Salas de Recursos de outras escolas que também atendem alunos com necessidades especiais, somando um toal de 160 escolas beneficiadas. Também será adquirido de Kits Educacionais de Robótica (arduíno) para outras 81 escolas.
BARÃO DO SOLIMÕES
BARÃO DO SOLIMÕES
Uma dessas alunas é Ana Júlia Rodrigues Santos, de 16 anos, que cursa o 1º ano do ensino médio. Ela é a líder da equipe da escola que participará da olimpíada nacional. Está no programa desde o ano de 2016, quando foi indicada pelos professores de matemática e ciências para participar do projeto.
A equipe Malibu é composta pelos alunos: Sabrina Lopes Souza Nascimento (9º ano), Ana Julia R. Santos, Samih Santos e Carlos Eduardo da Silva Maciel. Ana Julia conta que quando eles começaram estavam com o material defasado o que dificultou cumprir requisitos para disputar uma vaga na competição nacional, e ao chegar o novo material “nós trabalhamos durante meses e quando chegamos da competição conseguimos vencer a regional que leva a OBR” – disse.
O robô por nome Stacey participa de uma competição de resgate, uma pista cheia de obstáculos sendo necessário enfrentar curvas e rampas sem sair da linha, e quando ele chega na última sala está na área de resgate, cada uma dessas atividades vale uma pontuação, tudo é somado, tempo, quantas vítimas vai resgatar, se viva ou morta.
BOLSA DE ESTUDO
Giovanna Deise Candeia
A ex-aluna da escola Barão de Solimões, Giovanna Deise Candeia, 17 anos de idade, é um exemplo dos resultados obtidos no trabalho realizado nas salas de recursos. Ela foi identificada em sala de aula por uma professora de matemática, por conta do desempenho nas áreas de exatas.
“Eu sempre tive facilidade com as matérias da escola, então talvez isso tenha sido um meio para eu chegar até a robótica. Quando eu comecei a participar não me identifiquei com a construção ou a programação, apesar de ter facilidade com aquilo, mas o que eu realmente gosto de fazer é pesquisa e a professora me designou para o trabalho com metodologia científica. E e eu conheci a pesquisa dentro da área de altas habilidades, comecei a escrever e elaborar um projeto de pesquisa chamado capital humano altas habilidades” – explicou Giovanna, hoje aluna bolsista do colégio Classe A por conta do desempenho em Robótica.
Giovanna participou na escola da construção do robô Wally, na época eles iam para a Nacional mas não tiveram recurso para comprar as passagens.
GOVERNO
A coordenadora Paula Fernandes destacou o cuidado do Governo do Estado com os estudantes que participam do projeto de robótica desenvolvido na salas de recursos em cinco escolas da Capital.
Ela afirma que o trabalho desenvolvido nestes ambientes são exitosos. “Fico muito congratulada de poder participar de um momento como esse, pois diante de tanta frieza de sentimentos e sensibilidade, presenciar ações voltadas para estudantes com altas habilidades/superdotação sendo inclusos com processo educativo e estratégias de ações diferenciadas com a finalidade de agregá-los e se sentirem aceitos com suas especificidades. Só será possível esse tipo de ação com educadores que veem por uma ótica de conhecer a essência de cada estudante, pois não se sentem ameaçados e criam estereótipos, conseguem agregar e se aliar a esses alunos extraordinários e que são gênios admiráveis. Sabemos que não é fácil viver com a adversidade, mas já me alegro que nesse novo milênio em nossos ambientes escolares ocorre a compreensão e a preocupação com esse estudante que tem potencial grande facilidade de aprendizagem, que domina rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. E que podem fazer a diferença na nossa sociedade com grandes descobertas”.
A chefe de Núcleo da Educação Especial da Secretaria de Estado da Educação de Rondônia, professora Heluizia Patrícia Lara disse que o trabalho na área de robótica realizado nas escolas foi pioneiro no Estado. E que a equipe vem investindo no atendimento de alunos com altas habilidades de forma gradativa e o Governo do Estado irá disponibilizar kits para atender melhor as escoas. “Vamos entregar kits, não vai apenas uma maleta para trabalhar o projeto, são seis maletas por escola, que ficará disponível nas salas de recursos multifuncionais. Haverá também treinamento, capacitação para os profissionais “– alertou a chefe do núcleo.
Fonte: Secom
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