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TRAVESSIA VITORIOSA

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ColunistaOsmar Silva

Ontem, dia 9 de agosto, todo o meu ser se regozijou na misericórdia e no amor de Deus. Foi um dia que, em várias ocasiões, fraquejei na minha fé e duvidei que chegaria a esta marca do calendário. Os tempos sombrios que vivemos, foi a causa da minha angústia e da minha aflição. Afinal, estou preso, na minha casa e no meu trabalho, desde março, quando a Pandemia se materializou entre nós, tal qual o cavaleiro da morte do Apocalipse, ceifando vidas indistintamente.

Minha alegria teve muitas razões. Foi o meu aniversário. Uma marca que, lá atrás, nunca imaginei alcançar: 76 anos. E, ultimamente, temi ser atingido pelo mal do século antes do dia 9. O temor não era infundado: o cavaleiro, com sua foice, estive bem perto de mim e dos que amo. Mais: entrou na minha casa, penetrou em um dos quartos e marcou com o sinal da morte, uma visita acolhida sob o meu teto. Dias depois, fez sua colheita fatal, nos causando muita dor e muito medo.

Todos nós, dentro de casa, isolados uns dos outros. Cada qual com seu prato, seu garfo, sua máscara, seu canto. Por 15 dias sem saber como seria o amanhecer. Um horror, que só em Deus, encontrávamos alento e esperança. Atravessamos esse túnel longo e escuro, até vencer o tempo da quarentena e os exames confirmarem a sanidade de todos.

Temi não ver e nem abraçar mais meus filhos George e Thiago Patta, tão queridos e amados por meu coração. Não senti as brincadeiras molecas de um e nem me deliciar com o sorriso maroto, ainda meio infantil, do outro. Ah meu Pai, eles são pedaços de mim. E Te agradeço por ter me escolhido para traze-los ao mundo, conforme Tua vontade.   

Temi demais, não dar e nem receber os carinhos angelicais de minhas netas, Laura e Rafinha, ainda bebês de menos de dois anos. Não ouvi a Laurinha dizer: vovô lindo!  E não ver o sorriso na carinha de anjo barroco da Rafinha, de pouco mais de um ano. Tive medo sim, de não mais receber o afeto de minhas queridas noras, sempre tão amáveis comigo.

Ontem só não vi a neta mais velha, a Geovanna, por estar nos Estados Unidos e de retorno para São Paulo onde concluirá, ainda este ano, a graduação em odontologia. Mas, agora, tenho certeza, a verei brevemente.

Oh Senhor! Como tive medo, e ainda tenho, de ser privado do amor da Joyce, minha mulher, companheira e amiga. De não estar mais ao lado do meu muito amado filho Arthur Felipe, minha ponta de rama, meu companheiro no labor diário da comunicação. Medo de perder a convivência fraterna com Dona Conceição, minha sogra, e com o João, meu cunhado. E, especialmente, com a Caiure, minha enteada, já tão abalada com a perda de seu pai. Temi, e muito, me perder de toda a minha família, antes do dia 9.

Chorei muitas vezes, sozinho, no meu canto. Uma vez minha mulher me flagrou aos prantos. A quietude silenciosa do meu quarto era quebrada pela convulsão da minha angústia. Ele me abraçou em acolheu em seu colo e me consolou.

Me angustiava a ideia de não ver mais os meus pais. Ainda vivos na graça de Deus. Minha mãe, Dona Zuleide, a caminho dos 89 anos. E meu pai, Jonas, próximo dos 97. Mas o Senhor é tão generoso comigo, que, na véspera do meu aniversário, me deu, de presente, o retorno de meu pai para morar comigo e a minha família, até o fim dos nossos dias. Não é maravilhovo!

Ontem, no abençoado Dia dos Pais, 9 de agosto, me vi cercado do carinho da família, com meu pai ao meu lado e todos os meus três filhos. Só minha mãe ausente. Mora na Bahia sob os cuidados desvelados de carinhos e mimos de minhas irmãs, cercada de netos, bisnetos e tataranetos. Eu é que irei visitá-la, tão logo Deus permita.

Por tudo isso, minha alma está em festa. Sei que Deus me ama e nunca me abandonará. Sempre foi o meu amigo mais fiel. Me ouve e me conforta nas minhas aflições. Se alegra comigo e me conduz. Me defende e protege minha casa e toda a minha família. E continuará assim, pois desde que peguei Sua mão, não larguei mais e nem ele me soltou.

Agora, não tenho mais dúvidas que, pela misericórdia Dele, todos da minha família e os que Nele creem, acabaremos de fazer a travessia do Vale da Morte, para comemorar a vida em toda a sua plenitude.

Confesso, que neste dia 9, comemorei, sem bolo e sem festa, o aniversário mais feliz da minha vida. Que venha os 97 anos. Obrigado, meu Senhor e meu Deus!    

Osmar Silva – Jornalista – presidente da Federação Nacional dos Comunicadores seccional Rondônia e da Associação da Imprensa de Rondônia – Diretor e editor do noticiastudoaqui.com – sr.osmarsilva@gmail.com – WhatsApp 99265.0362        

     


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