O coronavirus, o culpado e a falta de ação
A reunião virtual realizada entre alguns deputados e o governador Marcos Rocha e grande parte do seu secretariado hoje, não resultou em nada prático. A não o fato de ter deixado novo encontro agendado sem data definida. Ao contrário, se transformou em ‘Muro das Lamentações”.
De um lado, os parlamentares opinando sobre a abertura ou fechamento do comércio nos 22 municípios, por 14 dias, impactados pela recente portaria do estado, estabelecendo o isolamento restritivo de atividades não essenciais e afirmando que o comércio não tem culpa pelo aumento da Covid-19. Além, claro, de defenderem a abertura.
Do outro, o governador afirmando ser contra o fechamento do comércio e concordando que a atividade não é culpada da expansão da doença. E, óbvio, o titular da saúde aproveitou para pontuar que o governo tem agido corretamente e já têm 141 leitos de UTI’s instalados, pretendendo chegar a 165 proximamente.
Mas se as partes concordam que as atividades empresariais não têm culpa, quem é então o culpado pelos índices crescentes e preocupantes da pandemia no estado? Adivinhou, não? Se pensou no povo, pensou certo.
O povo é o culpado.
As partes foram unânimes em apontar o dedo para aquele ali e mais aquele lá. Principalmente para os festeiros e beberrões que teimam e não respeitar nada nem ninguém realizando coronafest’s em balneários, mansões, condomínios e chácaras. Além dos sem máscaras e sem noção que enchem as ruas e se aglomeram até nas portas das casas. Somos os culpados. E pronto!
Bom, agora que temos o culpado definido, o que fazer?
Para o prefeito Hildon Chaves, além de fiscalizar o cumprimento das medidas postas nas normas municipal e estadual, é preciso o poder de polícia para pôr cobro nas condutas inadequadas de pessoas e empresas. Multar um, fechar a porta do outro e fazer Termo Circunstanciado junto à delegacia de polícia. Mas ele não tem polícia.
Já o governador Marcos Rocha tem todo o aparato da força policial repressiva do estado. Mas é contra usá-la neste caso. Já desdisse seu próprio decreto e até exonerou um comandante da Polícia Militar que se atreveu a dizer que ‘havia passado o tempo da conscientização’.
Na verdade, é aí que está o impasse.
Neste ano eleitoral, ninguém quer ficar ‘mau’ na foto ao pedir ou mandar a polícia fazer o trabalho para o qual lhes paga cada cidadão: defende-la coibindo condutas impróprias e prender, sim, prender, os que quebrarem as regras impostas pelo bem da maioria da própria sociedade.
Está faltando pulso de quem tem o dever de fazer.
É aí que está a culpa pela extensão da doença e de medidas paliativas que só espicham o problema, penalizando o empresário, o trabalhador, o próprio governo e a sociedade como um todo.
Se não houver uma ação enérgica já, os coronafest continuarão, assim como os ignorantes sem máscaras e os comerciantes gananciosos que querem é a loja cheia de gente comprando com ou sem máscaras e sem distanciamento.
Ou isso ou coronavirus em efeito onda. Um dia maior, outro menor. Até quando Deus quiser. No estado inteiro.
Osmar Silva – Jornalista – Presidente da Federação Nacional dos
Comunicadores Seccional Rondônia e da Associação da Imprensa
de Rondônia – WhatsApp 69.99265.0362 –
sr.osmarsilva@gmail.com
Noticias da Semana
* LÍNGUA DE FOGO – Legislativo e Judiciário estão de volta: o que esperar em 2025?
* 14 MIL FALTARAM - Concurso TJ-RO tem gabarito oficial divulgado; confira
* RAPIDEZ E EFICIÊNCIA - Fila para emissão de licenças ambientais é zerada em Porto Velho
* TENSA GUERRA COMERCIAL - Canadá ‘rasga’ contrato com Starlink após Trump anunciar tarifas
* RODOVIA RECUPERADA - PRF informa liberação total do trânsito na BR-435 entre Vilhena e Colorado
* VIDA INTERROMPIDA - Adolescente morre ao cair de moto enquanto fazia trilha em RO