
Em uma ação realizada na manhã desta segunda-feira (15/9), a Polícia Federal executou ordem judicial da Justiça Federal do Amazonas para combater garimpo ilegal no trecho do Rio Madeira, entre os municípios de Manicoré e Humaitá. A ofensiva destruiu 95 dragas e balsas, sendo 71 no Amazonas e 24 em Rondônia.
Ação coordenada e impacto
A Operação Boiúna mobilizou cerca de 100 agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública, com apoio aéreo por helicóptero para monitorar a área e garantir a segurança operacional.
O objetivo: desarticular o garimpo ilegal que agride o meio ambiente, contamina águas com mercúrio e ameaça comunidades ribeirinhas.
Durante a ação, também foi apreendida uma espingarda calibre 12. O Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) acompanharam a operação, fiscalizando condições precárias de trabalhadores encontrados nas balsas.
Contexto e desafios persistentes
A operação integra o trabalho contínuo da PF nos estados do Amazonas e Rondônia desde 2023, sob a coordenação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia) e do Poder Judiciário. Operações anteriores resultaram na destruição de centena de dragas, mas remanescentes voltaram a operar nas áreas, evidenciando a resiliência dessa atividade ilegal.
Segundo especialistas, a insistência do garimpo ilegal está associada à valorização do ouro e à redução da fiscalização nas regiões menos monitoradas da Amazônia.
Retratos da reação e mobilização
Em Humaitá, a destruição com explosivos dos equipamentos gerou críticas e preocupações quanto à segurança local: vereadores afirmaram que o uso de artefatos explosivos coincidiu com o feriado religioso da cidade, potencialmente colocando famílias em risco e provocando desabamentos de encostas no porto da matriz.
A Defensoria Pública do Amazonas protocolou pedido no STJ para suspender o uso de explosivos em operações futuras no Rio Madeira.
Dados da Operação Boiúna
Item | Detalhes |
---|---|
Comunidades afetadas | Manicoré e Humaitá (AM) e áreas limítrofes em Rondônia |
Total de dragas destruídas | 95 (71 em AM; 24 em RO) |
Forças envolvidas | PF, PRF, Força Nacional, MPT, MTE, helicóptero de monitoramento |
Apreensões | Arma de calibre 12, documentos e equipamentos |
Motivo da intervenção | Danos ambientais, contaminação por mercúrio, exploração ilegal |
O que está por vir
A PF anunciou novas etapas da Operação Boiúna em áreas estratégicas da Amazônia Legal. O desafio de conter o garimpo ilegal se mostra cada vez mais complexo, exigindo integração entre diferentes agências, presença contínua da Justiça e fortalecimento da fiscalização. A persistência da atividade ilegal indica que o trabalho de repressão ainda está longe de se encerrar efetivamente.
Esta operação reforça: o combate ao garimpo ilegal segue intensificado, mas exige persistência, estratégia integrada e diálogo com comunidades locais para preservar o rio e o ambiente.
Fonte: noticiastudoaqui.com