
Autoridades da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) não descartam a participação de agentes públicos na execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes (foto em destaque), morto a tiros na Praia Grande, litoral paulista, na noite dessa segunda-feira (16/9).
Além de ter sido inimigo número 1 do Primeiro Comando da Capital (PCC) quando atuava como delegado, Ruy Ferraz tinha inimizades dentro da polícia e trabalhava como secretário de Administração em Praia Grande, onde pode ter contrariado interesses locais. Oficialmente, nenhuma hipótese é descartada pela cúpula da SSP.
A suspeita sobre a possibilidade de envolvimento de agentes públicos no crime brutal surgiu após análise dos vídeos que flagraram o atentado. As imagens mostram uma ação coordenada dos quatro executores, com sinais de conhecimento operacional. Ao todo, mais de 20 tiros foram disparados na ação. Ruy Ferraz morreu na hora e outras duas pessoas que estavam próximas ao local foram atingidas na perna e não correm risco de morrer.
Na gravação captada por uma câmera de segurança na Avenida Roberto de Almeida Vinhas, na Vila Mirim, o ex-delegado aparece sendo perseguido, até bater seu carro contra um ônibus e capotar. Nesse momento, três criminosos encapuzados desembarcam do carro de trás. Dois começam a atirar enquanto o terceiro faz uma espécie de contenção. Na sequência, eles retornam ao veículo e deixam o local.
Internamente na Polícia Civil, a ação tem sido comparada à execução do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, inimigo do PCC morto com 10 tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. De acordo com as investigações, três policiais militares teriam sido contratados pela facção para executar o crime.
Autoridades ligadas à força-tarefa criada para investigar o assassinato de Ruy Ferraz afirmam ser prematuro chegar a qualquer conclusão, e dizem que não se pode descartar nenhuma hipótese.