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Lula é o candidato dos banqueiros?

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ColunistaValdemir Caldas

Dados do jornal Valor Econômico de 2014 revelam que os bancos lucraram oito vezes mais no governo Lula do que no governo FHC. Foram quase 280 bilhões de reais durante toda a administração do petista contra 35 bilhões na gestão do tucano. No final do ano passado, durante um evento com catadores de material reciclável, que aconteceu em Natal, o próprio Lula reconheceu que, entre os possíveis candidatos à sucessão do presidente Jair Bolsonaro, ele é o preferido do mercado financeiro e dos banqueiros.  Logo ele, que tinha urticária só de ouvir falar nessa gente. É, verdadeiramente, Lula mudou. E muito!

Lula, como todo mundo sabe, está em plena campanha à presidência da República. Para isso vem costurando acordos com as mais diferentes correntes ideológicas e doutrinárias, como o ex-governador de São Paulo e ex-tucano Geraldo Alckmin, crítico feroz do PT, que ele sonha como vice em sua chapa. Em recente encontro do PSDB, Alckmin disse que, depois de quebrar o país, Lula quer retornar à cena do crime, provavelmente referindo-se aos escândalos do mensalão e petrolão, este último quase mandou para as profundezas a maior estatal brasileira – a Petrobrás, que precisou desembolsar alguns bilhões de reais para ressarcimento de danos aos investidores e, segundo especialistas, terá que pagar ainda mais outros bilhões.   

Alguém já disse que o poder político é o mais fascinante entre os humanos. Não sem motivo Lula quer voltar ao Palácio do Planalto, não importa os meios para isso. Impressionante é que, antes e durante as campanhas eleitorais, todos dizem que é preciso pensar no país, mas, no fundo, nem Lula, nem Alckmin, nem Ciro, nem João Dória, estão preocupados com coisa nenhuma, exceto com seus próprios interesses. Dane-se o povo! Agora, sabe-se que Lula já teria escalado o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do conselho de administração do banco BTG Pactual, Nelson Jobim, para dialogar com os banqueiros. Conhecendo a história recente do Brasil não é preciso muita engenhosidade para imaginar o que se esconde por trás de tudo isso. É a velha máxima do faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Em público, Lula diz uma coisa; nos bastidores, porém, age completamente diferente. E o pior é que ninguém tem coragem para peitá-lo. Ao invés de criticá-lo, muitos preferem aplaudi-lo. É o cúmulo da subserviência.

(*) Por Valdemir Caldas


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