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Câmara e Senado renovados

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ColunistaValdemir Caldas

A partir de 2023, teremos uma Câmara e um Senado renovados. Foi uma mudança e tanto. Na Câmara a mudança atingiu 85%, enquanto no Senado, o percentual de renovação alcançou 88%. Lembrando que renovação não significa qualificação. Quem achava que a reeleição já estava no papo, caiu do cavalo. O jeito foi trocar o champanhe comprado a peso de ouro para comemorar a vitória por Lexotan.

Por outro lado, a essa altura do campeonato, os escritórios de advocacia devem estar bombando. Tem advogado sorrindo pelos cotovelos. Tanta euforia justifica-se. Com o fim do mandato, acaba, também, a imunidade parlamentar. Com isso, os processos que se arrastam a passos de cágado há décadas no Supremo Tribunal Federal descem para as instâncias inferiores, onde, supõe-se, correrão com mais celeridade, para desespero daqueles que não pensaram duas vezes antes de meterem suas mãos sujas na cumbuca do dinheiro público.

Aí não tem jeito. É hora de coçar o bolso, ou melhor, de mexer naquela conta bancária recheada de reais, ou, então, pegar aquela grana entocada em paraísos fiscais, dinheiro esse resultado do toma-lá-dá-cá, praticado ao longo de seguidos anos de vida pública, para contratar excelentes advogados, se não quiser passar uma longa temporada atrás das grades, vendo o Sol nascer quadrado.

Dependo da gravidade do ilícito, o fim será mesmo o xilindró. Não adianta advogado bom. É só reparar o que aconteceu com alguns figurões da República. Não menos preocupados devem estar institutos de pesquisas. Que barrigada! Teve gente que foi dormir deputado ou senador e, computados os votos, acabou no final da fila, com uma votação pífia.

O povo deu um recado eloquente nas urnas, ou seja, que queria uma revolução, mas uma revolução pacífica, consubstanciada em princípios, costumes, práticas politicas saudáveis e, essencialmente, em qualidade de vida, coisas que essa gente que mamou anos nas flácidas tetas do poder não compreendeu e, se compreendeu, fingiu que não compreendeu. Agora, chegou a hora de colher o fruto amargo da semeadura maldita.

 (*) Valdemir Caldas


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