PENA DE MORTE - Singapura executa homem por traficar 1 kg de maconha
|
|
Nesta quarta-feira (26), as autoridades de Singapura executaram por enforcamento um preso condenado por conspirar para traficar um quilo de maconha. A execução foi descrita como “escandalosa” por organizações de direitos humanos.
O homem se chamava Tangaraju Suppiah. Ele tinha 46 anos de idade.
A ONU havia pedido que a execução fosse interrompida devido a dúvidas sobre as garantias do processo judicial.
– Apesar de todos os nossos esforços e nossa luta nos últimos anos para que meu irmão tivesse um julgamento justo, o governo [de Singapura] não mostrou misericórdia – denunciou, em um comunicado, Leela Suppiah, irmã do homem executado.
Singapuriano de origem tâmil, Tangaraju foi enforcado, método utilizado pela cidade-estado asiática, por volta das 6h (hora local, 19h de terça-feira em Brasília) na prisão de Changi, depois de ter sido condenado à morte em 2018 por “ser cúmplice em uma conspiração para traficar” um quilo de maconha da Malásia para Singapura cinco anos antes.
As autoridades de Singapura ignoraram assim os apelos, tanto da família de Tangaraju, que pediu clemência em uma carta enviada no domingo à presidente, Halimah Yacob, como de ONGs e até do Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que instou na véspera que a execução fosse suspensa devido a dúvidas sobre se o processo tinha as garantias necessárias.
Usuário de maconha desde a adolescência, Tangaraju foi indiciado no caso em março de 2014, seis meses após a tentativa de contrabando, por um suposto contato telefônico com duas pessoas para introduzir a droga em Singapura, a qual seus advogados e familiares afirmam que ele nunca viu ou tocou.
Da mesma forma, seus familiares e ativistas denunciaram que o homem, executado aos 46 anos, não recebeu assessoria jurídica adequada e teve negado o acesso a um intérprete tâmil quando foi inicialmente interrogado pela polícia.
– Estamos acostumados a ver atos de injustiça, mas com este estamos chocados com a fragilidade das provas e com a facilidade de mandar alguém para a forca – disse à EFE, Kokila Annamalai, porta-voz do Transformative Justice Collective (TJC).
TCJ é uma ONG local que pede a revogação da pena de morte.
Por sua vez, o Ministério do Interior da ilha defendeu, na terça (25), em comunicado que “Tangaraju foi representado por assessores jurídicos ao longo do processo judicial” e que “as provas indicam que foi ele quem coordenou a entrega das drogas”.
A execução é a primeira até agora neste ano, depois que Singapura bateu recordes em 2022 ao enforcar 11 prisioneiros em poucos meses, incluindo um traficante de heroína com deficiência intelectual, o que também gerou críticas da comunidade internacional e petições para que a ilha reveja sua abordagem.
No entanto, a próspera cidade-estado, cuja eficácia regulatória e apoio à inovação a elevou como um centro financeiro regional, continua exercendo linha dura contra o narcotráfico e outros crimes em processos criticados por grupos de direitos humanos por sua falta de transparência e primitivismo, com chicotadas e a forca entre seus métodos punitivos.
*EFE
(pleno.news)
Noticias da Semana
* LÍNGUA DE FOGO – Quem é o fiscal do povo? Em meio a tantos, ninguém é
* DISSIMULADO PROTETOR DE BANDIDOS - Fachin quer manter restrições a operações policiais no Rio
* HORA DE MOSTRAR SERVIÇO - Neymar tenta encerrar jejum de 490 dias em reestreia
* NINHO DE TERRORISTAS E COMUNISTAS - Milei segue Trump e anuncia saída da Argentina da OMS
* SOB DIREÇÃO MÉDICA - Dr. Luís do Hospital assume presidência da Comissão de Saúde na ALE-RO
* O ASTRO DO GALO - Hulk decide mais uma vez e Atlético vence o Athletic
* MINISTRO MENTIROSO DESMASCARADO - Fala de Barroso sobre custo do Judiciário recebe correção no X