'NÃO CHORES MAIS ARGENTINA' - Povo argentino sofre e pena com disparada de preços e falta de produtos, impostos pelo o amigo do Lula
População, que já tinha poder aquisitivo corroído pela inflação, agora vê os preços subirem de forma descontrolada
O argentino Rubén Carballo recusou a venda de 60 pneus na manhã da última segunda-feira (14). Apesar da frustração dos clientes, essa foi a solução que ele, dono de uma oficina em Buenos Aires, encontrou diante da indefinição dos preços após as eleições primárias da Argentina, no último domingo (13).
Desde a última sexta-feira (11), o dólar paralelo saltou de 605 para 780 pesos (R$ 11). Na segunda-feira, a cotação oficial sofreu sua maior desvalorização em um dia desde 2019.
– A fábrica nos avisou que não tinha uma lista de preços, por não saber o que aconteceria com a cotação do peso. Então, decidimos não vender – disse Carballo ao Estadão.
Na última terça (15), um cliente ficou indignado ao saber que o orçamento de quatro pneus, feito há um mês, não poderia ser mantido.
– Os preços já estavam desatualizados pelo aumento mensal de oito por cento, e agora ainda com esses 14% da desvalorização – disse Carballo.
INFLAÇÃO
Numa loja de peças de reposição de eletrodomésticos da capital, todos os preços subiram desde segunda.
– Atualizamos imediatamente quando os fornecedores nos avisaram do aumento. Um copo de liquidificador foi de 11 mil para 14 mil pesos, e os consertos subiram entre 10% e 15%. Os consumidores ficaram assustados, mas não tem como não alterar os preços – conta o vendedor Adrián Aguerrido.
Os argentinos, que já viam seu poder aquisitivo corroído pela inflação, agora veem os preços dispararem de forma descontrolada.
– Muitos colegas perguntavam se deveriam fechar por dois dias. Disse que temos a obrigação de abrir, porque somos comércio de bairro que vende comida. Mas, se eles não tiverem como repor os produtos, ficam em situação ruim – conta Fernando Savore, presidente da Federação de Donos de Armazéns da Província de Buenos Aires.
Na última terça, muitos fornecedores passaram a divulgar os reajustes, o que também não agradou.
– Não tem mercadoria que se salve – disse Savore, em sua mercearia em Morón, na Grande Buenos Aires.
Segundo ele, já era perceptível a falta de algumas marcas.
– Não há abastecimento e sabemos que, quando isso ocorre, os preços sobem – pontuou.
INCERTEZA
Martin Pinto, representante do Centro de Padeiros de Merlo, na periferia de Buenos Aires, conta que vários fornecedores informaram que não venderiam matéria-prima nesta semana, enquanto não tiverem um valor estipulado para os produtos.
– Isso está acontecendo em todos os setores. Lojas e açougues fecharam, porque não há preços fixos. É com o que vivemos em 2001, com a hiperinflação.
Dono de uma padaria na capital, Alfredo Botusansky conta que está com problemas para conseguir queijo para os sanduíches de miga (lanche tipicamente argentino).
– Liguei para pedir, mas me disseram que não há.
Já acostumado com a crise, ele se preparou antes da eleição, estocando açúcar, manteiga, margarina e chocolate para elaborar seus quitutes. Botusansky lamenta a situação.
– Antes, levavam um quarto, meio quilo ou um quilo de pão. Agora, pedem exatamente o valor que tem nas mãos.
Em um açougue portenho, os clientes foram surpreendidos pelo salto de 18% na carne e um novo aumento de 38%. Javier Vilanova, responsável pelo local, nunca viu um aumento tão brusco.
– Só na crise de 2001 – lembra.
O governo anunciou negociações com frigoríficos para tentar conter os preços. Mas, para Vilanova, os clientes não devem diminuir a qualidade da carne que consomem, mas sim a quantidade.
– A Argentina vai deixar de ser carnívora? Duvido – disse.
*AE
(pleno.news)
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