LÍNGUA DE FOGO – Mais um Carnaval sem escolas de samba

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      Quando a Banda do Vai-Quem-Quer começou a desfilar sob estímulo do chaveiro Manelão e seus amigos, era somente um pequeno bloco de ‘sujos’ onde cada um se mostrava do jeito que queria. Ele, entre outros blocos mais antigos do Bairro Areal e do Mocambo.

      Quem dominava a cena do Carnaval eram as escolas de samba, principalmente o duelo entre a Escola de Samba Pobres do Caiari, da professora Marise Castiel e a Escola de Samba Diplomatas e      Escola de Samba Asfaltão, as três mais importantes.

      Existiam outras escolas em que aqui ou acola, uma delas tomava a taça de campeã das favoritas.

      Mas a improbidade de alguns diretores e carnavalesco aliados à leniência do poder público, levaram à morte este segmento mais importante do carnaval.

      A bem da verdade, diga-se, governos do estado e da Capital destinaram recursos públicos a estas entidades carnavalescas, que solenemente desviaram e nunca conseguiram prestar contas dos valores recebidos.

      Assim, os autores do mal feito e suas agremiações, ficaram impossibilitados de receber novos investimentos. Mas tudo tem solução, quando se quer resolver.   

      A escola de samba, por mais humilde que seja, tem roteiro, conta uma estória, teatraliza um fato, um ato, um costume popular; exalta uma personalidade ou satiriza outra, ao som forte da bateria, nos versos do samba-enredo e na arte dos carros alegóricos, e nas cores e criatividades dos adereços e fantasias.

      E tudo isso embalado no estonteante frenesi das rainhas de bateria e no rebolado das cabrochas marcando o samba nos pés. O público, de todas as idades, se encantava e cantava as letras de sua escola, após horas de espera.

      Estas escolas de samba fomentavam muito mais que a economia. Estimulavam a arte musical, novos compositores, intérpretes, carnavalescos altamente criativos, e artesões capazes de deixar engenheiros de boca-aberta, com as soluções que ofereciam para criar e desafiar a lei da física.

      Muito diferente do ambiente dos blocos de carnaval. Estes, não têm compromisso com a arte, com a criação, com nada. Basta um som mecânico e tá tudo resolvido. Aprenderam, com a Bahia, a criar abadás, fantasia do bloco, mas sem desprezar a população ‘pipoca’, onde na maioria dos casos, a festa é mais estimulante. É o que temos hoje.

      Então, sejamos honestos, não evoluímos. Bem ao contrário: involuímos.

      Portanto, uma insensatez quando vemos algum ente público falar que estamos fazendo isso e aquilo para estimular o Carnaval, o turismo e possibilitar oportunidade de melhoria de renda.

      Pura demagogia. Até os famosos bailes de abertura do Carnaval perdeu sua pompa, alimentada ao som de orquestras, em ambientes controlados e fantasias ofuscantes.

      Hoje, é só um ‘pancadão’ a céu aberto onde até o Rei Momo e suas rainhas, perdem a majestade.

      As escolas de samba precisam voltar.

      É do que trata o ‘Língua de Fogo’ de hoje.

      Veja o vídeo, a seguir, e faça o seu próprio juízo. Aproveite e se inscreva na página noticiastudoaqui no youtube, e acompanhe, também, outros conteúdos como o podcast ‘Sem Papas na Língua’ publicado toda terça-feira, às 17hs30.

      Veja agora, manifestações complementares sobre os fatos acima, em pequenos vídeos.

      Fonte: noticiastudoaqui.com                                    


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