VIDAS DESTRUÍDAS - Mãe aos 13 anos é morta grávida pelo ex: a trágica história de Géssica
Em entrevista ao Correio, a mãe de Géssica contou sobre a história de vida da filha, que teve a adolescência interrompida por gravidez precoce e um namoro regado à agressões físicas
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Uma adolescência interrompida pela gravidez precoce, um namoro conturbado e marcado por agressões e um fim trágico. A história de vida de Géssica Moreira de Sousa, 17 anos, reflete a escancarada falta de políticas públicas voltadas à educação, saúde, segurança e campanhas de conscientização. Nascida e criada no Morro Cabeça no Tempo, uma das cidades mais pobres do Piauí, a adolescente engravidou aos 13 e, antes dos 15, se mudou para Brasília para viver com o namorado, Vandiel Prospero da Silva, 24, homem que viria a ser seu assassino.
Géssica foi brutalmente assassinada na frente da filha de 2 anos, fruto do relacionamento com Vandiel, na noite desse sábado (23/2), dentro de uma igreja evangélica localizada no Núcleo Rural da Rajadinha, em Planaltina. O feminicida entrou no templo armado e atirou contra a cabeça da ex-companheira. Depois, fugiu com um comparsa em um carro vermelho. Até a última atualização dessa reportagem, ele seguia foragido.
Em entrevista exclusiva ao Correio, a mãe de Géssica, Sidnéia Moreira de Sousa, contou sobre o relacionamento da filha. Disse que a adolescente e Vandiel começaram o namoro trocando mensagens pelas redes sociais. “Ela decidiu ir para Brasília por causa dele. Quando eles começaram a namorar, ela já tinha tido a primeira filha (atualmente com 4 anos) com outro homem, que ficou com a guarda da criança”, relatou.
A auxiliar de limpeza relata que aconselhava a filha sobre o namoro com Vandiel e era contra a vinda dela do Piauí para a capital federal. “Dei conselhos de que não se podia confiar em todo mundo. Ele jurou que cuidaria dela. A mãe dele também não era a favor. Quando eu me dei conta, ele já tinha comprado a passagem dela e ela se foi. Fui sincera com ele. Disse que minha filha era de menor, mas ela foi teimosa”, disse a mãe.
Agressão
No DF, Vandiel e Géssica moravam juntos em Planaltina, mas a relação entre os dois era conturbada. Géssica engravidou de Vandiel e deu à luz Valentina, atualmente com 2 anos. Segundo a família da vítima, no período gestacional, a adolescente era atacada e agredida pelo então companheiro.
Após o nascimento de Valentina, Vandiel assumiu a guarda da criança. Todavia, Géssica e o ex-companheiro estabeleceram um acordo que permitia à adolescente buscar e permanecer com a criança a seu critério. Contudo, Vandiel recusou a proposta, impedindo Géssica de visitar a criança.
Nesse período de separação, Géssica começou a namorar o irmão de Vandiel e, com três meses de relação, ela engravidou e estava com dois meses.
A mãe relata que, nesta semana, a adolescente ligou para ela relatando as dificuldades que estava tendo para ver a filha Valentina. Segundo a adolescente, Vandiel teria permitido, mas voltou atrás na decisão. “Ela ligou e disse que a mãe dele (Vandiel) havia dado conselhos a ele para que ela pudesse buscar a menina. Não ia ter problema algum. E assim ela fez”, contou a mãe.
Discussão e morte
Em depoimento à polícia, o irmão de Vandiel e atual namorado de Géssica contou que, na manhã desse sábado (22/2), por volta das 10h, Géssica foi até à casa de Vandiel para buscar a filha, mas o homem a impediu. A adolescente acionou os policiais militares, que intermediaram a entrega da criança.
Mesmo após a intervenção da polícia, Vandiel não hesitou e se dirigiu à residência da ex, onde proferiu ameaças e alegou que pegaria a criança a todo custo.
À noite, Géssica saiu para ir à igreja junto à filha, quando Vandiel entrou no templo armado. Testemunhas relataram que o homem pediu a criança e, após a negativa de Géssica, atirou contra a cabeça dela.
Após os disparos, Vandiel fugiu com um comparsa em um carro vermelho. O veículo foi encontrado em uma estrada de terra, em Formosa (GO).
Vaquinha
Os familiares de Géssica Moreira de Sousa, 17 anos, a adolescente morta com um tiro na cabeça dentro de uma igreja do DF, promovem uma campanha para arrecadar cerca de R$ 12 mil para conseguir transportar o corpo da adolescente de Brasília até o município Avelino Lopes, no interior do Piauí.
A mãe de Géssica mora em São Paulo e, quando soube do ocorrido, saiu às pressas do estado para uma rodoviária de ônibus. “Pedimos dinheiro emprestado ao patrão para conseguir ir para Brasília. Eu jamais imaginei que uma tragédia dessa iria acontecer”, desabafou, em entrevista ao Correio. Sidnéia pegou um ônibus para Goiânia e, de Goiânia, pegará outro para chegar em Brasília.
O desejo da família é enterrar a jovem no estado natal. Para ajudar nos custos, a mãe disponibilizou uma chave PIX: 89981395925 (número de celular).
(correiobraziliense)
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