PAZ, MESMO QUE PROVISÓRIA - Israel deve libertar mais de 1,8 mil palestinos em troca de 33 reféns na primeira fase do cessar-fogo em Gaza, diz Egito
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O Ministério das Relações Exteriores do Egito afirmou neste sábado (18/1) que 1.890 prisioneiros palestinos serão libertados na primeira fase do cessar-fogo entre Israel e Hamas, em troca do retorno de 33 reféns israelenses mantidos em Gaza.
Isso ocorrerá na primeira etapa do acordo de cessar-fogo, que terá a duração de seis semanas.
O Egito, país do norte da África que faz fronteira com Gaza, desempenhou um papel significativo na mediação entre Israel e Hamas e reiterou seu compromisso com a implementação do acordo de cessar-fogo.
A declaração ocorreu horas após o governo e o gabinete de segurança de Israel aprovarem o acordo na noite de sexta-feira (17/01, horário do Brasil).
A trégua deve entrar em vigor às 08h30 no horário local (3h30 no horário de Brasília) deste domingo (19/1).
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou que havia sido finalizada a negociação para a libertação de reféns sequestrados em Israel e que estão atualmente em Gaza.
Mas, neste sábado, em um discurso televisionado, o primeiro-ministro afirmou que seu país está preparado para retomar a guerra contra o Hamas caso as negociações para uma segunda fase do cessar-fogo fracassem.
Netanyahu enfatizou que o cessar-fogo é "temporário" e que Israel reserva o direito de retomar os ataques em Gaza – com o apoio do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para fazê-lo.
O israelense também afirmou que Israel não implementaria o acordo até receber a lista de reféns que seriam soltos pelo Hamas.
Na primeira fase do acordo, 33 reféns israelenses seriam libertados pelo grupo. Segundo o gabinete de Netanyahu, os primeiros reféns poderão ser soltos já no domingo.
Em troca, o Israel libertaria 1.890 prisioneiros palestinos - anteriormente, o Ministério da Justiça de Israel havia falado em 737 presos palestinos libertados.
O número divulgado pelo Egito (1.890) pode incluir detidos que não estão sob o sistema de justiça israelense, como palestinos de Gaza detidos pelas Forças de Defesa de Israel (IDF).
Gabinete de segurança e governo de Israel aprovaram nesta sexta-feira (17/01) o acordo de cessar-fogo, após adiamento de votação na quinta
Não há detalhes sobre a ordem em que os prisioneiros serão libertados ou quantos serão liberados de cada vez.
A emissora pública israelense Kan relatou que Israel esperava receber os nomes dos três primeiros reféns a serem soltos ainda neste sábado.
Uma lista mais extensa, com os nomes dos 33 reféns aparentemente previstos para serem libertados, já foi publicada pela mídia israelense, mas ainda não foi confirmada oficialmente.
O que o acordo prevê
O acordo, intermediado pelos Estados Unidos e pelo Catar, é dividido em três fases, com objetivos distintos e escalonados.
Na primeira fase, que entra em vigor em 19 de janeiro e terá duração de seis semanas, 33 reféns, incluindo mulheres, crianças e idosos, serão libertados em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Paralelamente, as forças israelenses devem recuar para o leste, afastando-se das áreas mais densamente povoadas de Gaza. Esse movimento permitirá que palestinos deslocados comecem a retornar às suas casas, interrompendo temporariamente o conflito direto em áreas urbanas.
Além disso, está prevista a entrada diária de centenas de caminhões de ajuda humanitária no território palestino, aliviando a grave crise humanitária na região.
A segunda fase do acordo será marcada por novas negociações para a libertação dos reféns restantes. Esse período também incluirá o recuo total das tropas israelenses em Gaza e esforços para alcançar uma "calma sustentável".
A expectativa é que essa etapa estabeleça as bases para um acordo mais duradouro, evitando a retomada imediata do conflito armado.
Por fim, a terceira e última fase focará no retorno dos restos mortais de quaisquer reféns que não sobreviveram ao cativeiro.
Além disso, será iniciada a reconstrução de Gaza, o que inclui a restauração de infraestrutura essencial e assistência às famílias afetadas pela destruição.
Esse processo, no entanto, pode levar anos, considerando a magnitude dos danos causados pelo conflito.
Manifestantes em Tel Aviv pedindo o retorno dos reféns mantidos na Faixa de Gaza reagem após o anúncio do cessar-fogo
A situação agora
Enquanto isso, a violência persiste. Desde o anúncio do acordo, mais de 100 palestinos foram mortos em ataques aéreos israelenses, incluindo 27 crianças e 31 mulheres, segundo a defesa civil de Gaza.
Bombardeios recentes atingiram casas em diferentes partes do território, agravando ainda mais a crise humanitária.
A situação humanitária em Gaza é crítica, com 91% da população enfrentando insegurança alimentar aguda, segundo dados da ONU.
Os suprimentos de ajuda humanitária diminuíram drasticamente desde o início do conflito.
Antes de outubro de 2023, cerca de 500 caminhões de ajuda, incluindo combustível, entravam em Gaza diariamente. No entanto, em outubro de 2024, essa média caiu para apenas 37 caminhões por dia.
Danos em edifício residencial após ataque aéreo israelense em Jabalia, ocorrido em 16 de janeiro, depois de Israel e Gaza chegarem a um acordo de cessar-fogo
A agência da ONU dedicada às crianças, a Unicef, relatou que "milhares de carregamentos de ajuda" estão retidos em armazéns na Jordânia, aguardando para entrar em Gaza.
Rosalia Bollen, porta-voz da Unicef, disse ao programa Today, da BBC Radio 4: "Estamos muito esperançosos de que as condições no terreno melhorem com o cessar-fogo."
Contudo, mesmo que os suprimentos sejam liberados, haverá grandes desafios para distribuí-los devido aos danos na infraestrutura e à insegurança na região.
No país liderado por Netanyahu, a política interna refletiu as tensões em torno do acordo, que teve resistência de membros do governo de direita radical, como Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich.
(bbc)
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