A estreita ligação entre o Budismo Tibetano e a Ordem Rosacruz

O Mantra do Guru Rinpoche
O texto a seguir mostra claramente, a todos nós Fraters e Sorors da Ordem Rosacruz, ou não, que as bases vibracionais embutidas nos vocábulos entoados durante os ofícios rosacrucianos provêem do desconhecido e místico Tibet.
Como é exposta abaixo, tal ligação não é abertamente divulgada, mas muitos já perceberam que os caminhos orientais e ocidentais têm mais em comum do que “pode imaginar nossa vã filosofia”.
“O MANTRA DE PADMASANBHAVA, que ao ser entoado produz a harmonização com as vibrações do Mestre Cósmico Guru Rinpoche, um dos Supremos Dirigentes da Organização Svmmvm Bonvm (OS+B), é a base dos principais sons vocálicos usados nos rituais e experimentos Rosacrucianos ocidentais, principalmente os das Ordens e Fraternidades ligadas de alguma forma à Grande Fraternidade Branca do Tibet, conhecida mundialmente pela sigla em Inglês G.'.W.'.B.'.L.'. (Great White Brotherhood Lodge). Contudo, isso não é oficialmente ensinado aos estudantes de Rosacrucianismo, provavelmente porque os idealizadores dos sistemas de ensino esperavam que eles descobrissem essa ligação por si mesmos,ao evoluírem na Senda. Chegamos ao limiar de uma Era, porém, em que muita coisa já pode - e deve - ser facilitada a todos os interessados em Misticismo, para que possam passar a se preocupar com valores mais altos que os meramente histórico-tradicionais. E a razão de se fazer aqui um esclarecimento sobre as ligações dos sons vocálicos com o típico mantra Tibetano. Esse Mantra se baseia nos sons vocálicos OM (AUM), RAH, MAH e EH (HEH ou MEH). A Grande diferença entre a forma-som do Mantra original e as suas variações Rosacruzes específicas a cada vogal, dirigidas diretamente a uma glândula do corpo humano, é que o Mantra de Padmasanbhava tem inflexões tonais, como as do Canto Gregoriano, guardada a distância da comparação, que o tornam muito mais poderoso misticamente (e muito mais difícil de ser entoado), enquanto os sons vocálicos R+C não utilizam essas modulações, a não ser muito timidamente, como no canto místico vocálico AUM-RAH-MAH. Isso acontece porque o Mantra tibetano original se destina em princípio a monges,que passam por um longo aprendizado, ao passo que os sons Rosacrucianos deverão ser entoados neófitos recém saídos de um atrium esotérico e não apenas por membros dos Graus Superiores, que deveriam ter instrução prática suficiente para de forma correta a entoação de um mantra completo. Mesmo assim, essa entoação não seria fácil e, os estudantes adiantados de Rosacrucianismo que quiserem fazer um teste poderão tentar acompanhar, no tom e na modulação corretas, o mantra que serve de fundo sonoro à página do Sétimo Grau do Faraó. Uma das versões mais conhecidas do Mantra de Padmasanbhava é a entoada pelo Lama Gyurme, a qual inflexiona principalmente o som vocálico MEH, relacionado com a glândula pineal, em modulações partindo da base mântrica RAH-MAH, que enfeixa separadamente vibrações masculinas e femininas, para em seguida reuni-las em uma fórmula única, a qual transcende os parâmetros da Dualidade e propicia conexão com os estratos superiores da Consciência Cósmica.
Guru Rinpoche (Padmasambhava, Pema Jungne ou Padmakara), que provavelmente viveu durante o século VIII, foi o mais influente dos mestres Nyingma. É o Buda do Tibet, Fundador da Escola Tibetana, ou Tântrica, do Budismo. De acordo com a biografia escrita por sua discípula e consorte Yeshe Tsogyal, muitos eventos do começo da vida de Padmasambhava têm vários paralelos aos da vida do Buda Shakyamuni. E a sua vinda foi prevista pelo próprio Buda Shakyamuni, tendo sido a sua vida marcada por muitos fatos extraordinários, desde seu nascimento dentro de uma flor de lótus, num corpo de um garoto de 8 anos, até manifestações múltiplas de si mesmo ao mesmo tempo em lugares diversos, conhecidas como As Oito Manifestações de Padmasanbhava, que são retratadas em antigas peças de arte budista, como o quadro acima. Conta a Tradição que, como Shakyamuni, ele teve um nascimento sobrenatural em um pequeno país do norte da Índia. As lendas populares afirmam que o Guru Rinpoche nasceu no reino de Oddiyana, passados alguns anos do parinirvana do Buda Shakyamuni. Diz a história que ele surgiu sobre um grande lótus multicolorido, no meio de um lago, onde havia um vajra dourado, marcado com uma sílaba-semente Hrih, a qual tinha sido emanada do coração de Amitabha. No momento de seu nascimento, ele já tinha o desenvolvimento físico de uma criança de oito anos e todas as marcas maiores e menores de uma "grande pessoa". Quando o lótus abriu, Padmasambhava estava de pé em seu centro, segurando um vajra e um lótus em suas mãos. É por causa da natureza de seu nascimento que ele é chamado de Padmasambhava, que significa Nascido do Lótus. De acordo com uma segunda história, para aqueles que não tinham o karma suficientemente adequado para reconhecer um nascimento miraculoso, o Grande Guru teria mostrado simultaneamente um nascimento comum, como filho do Rei Mahusita, de Oddiyana, e teria recebido o nome Danarakshita. A história mágica da vida do Guru Rinpoche é altamente inspiradora para os estudantes de Misticismo, mostrando que o mundo espiritual é ilimitado e não pode ser contido de forma completa em simples conceituações da mente humana, que é finita e ainda se encontra em um estágio primitivo de evolução.
Padmasambhava é o Mestre mais famoso do Budismo Tântrico e um Alto Dirigente da Grande Fraternidade Branca, voltado para a consecução da Nova Era. Foi ele quem providenciou para que fosse feita uma ligação, já na Modernidade, entre a Escola de Mistérios do Antigo Egito e a Loja do Tibet da GFB, que resultou na organização da Ordem Rosacruz AMORC pelo Dr. Harvey Spencer Lewis, Ph.D., FRC, em 1915, na América. A propósito, o layout metafísico (não o design físico) do Templo Rosacruz moderno é baseado também em concepções tibetanas e não apenas em valores da Cristandade e do Antigo Egito. O Templo Rosa+Cruz do Círculo Interno, comum aos Círculos Internos de todas as Ordens e Fraternidades Rosacruzes manifestadas nos Planos de Compreensão (como o Plano Terra, por exemplo) pela Ordem Rosa+Cruz Eterna e Invisível (uma das Projeções da Grande Fraternidade Branca), compõe-se unicamente de duas partes: Atrium e Sanctum.
O Atrium, que tem o emblema da GFB em seu piso, para que o postulante ao ingresso saiba que já não está pisando no Plano de Sustentação do Círculo Externo, ou seja, os Mundos Manifestos, é o lugar cósmico ao qual se dirigem os Adeptos, por orientação de seu Mestre Interior, permanentemente harmonizado com as Esferas Superiores.
Do Atrium o postulante pode ver a Rosa+Cruz Emblemática no portal que dá acesso ao Sanctum. Para chegar a Ela, deve subir a escadaria de 12 degraus que dá acesso à Sagrada Congregação dos 144, que é dirigida, ritualisticamente, pelos 12 Rosacruzes. Há um 13º Rosacruz, o Iniciador, e é ele quem levará o Adepto à presença da Sagrada Congregação.
O ritual consiste na repetição sistemática, através das eras, do mantra da GFB, que mantém pulsando a Egrégora da Luz Maior. Essa Sagrada Egrégora é formada e permanentemente alimentada pelas ações cósmicas da Sagrada Congregação dos 144.
Esse Templo não é um lugar unicamente cósmico, fora do espaço e do tempo, pois se manifesta materialmente nos Planos Físicos, como o planeta Terra. Contudo, devido a certas injunções que aqui não podem ser descritas em detalhes, essa manifestação somente é possível em locais onde a temperatura ambiente jamais esteja acima do Zero Absoluto.
Em manifestações físicas do Templo Rosa+Cruz da Ordem Rosa+Cruz Eterna e Invisível ocorreram e ainda ocorrem iniciações de fundadores de Ordens e Fraternidades R+C que se apresentam no Mundo Visível, constituindo-se no pórtico de acesso ao Círculo Interno.
Depois de iniciado nesse Plano de Compreensão é que o Adepto tem acesso ao Sanctum da Ordem Rosa+Cruz Eterna e Invisível, a guardiã da Luz Maior, que brilha continuamente, insuflada pelo Espírito Santo. E é ali que ele poderá vir a conhecer o verdadeiro significado de muitos sons vocálicos e suas ligações profundas com o Mantra de Padmasambhava. Místicos Rosacruzes que vieram a ascender ao Cósmico como Mestres já haviam compreendido, em sua peregrinação terrestre, que embora sendo o conceito Rosacruz essencialmente cristão e baseado na Rosa de Sharon, o poder dos mantras budistas mostrava-se mais adequado aos trabalhos metafísicos não religiosos, de natureza R+C, do que as formas-som produzidas por algo totalmente cristão, como, por exemplo, o Canto Gregoriano, que é antes de tudo visceralmente Católico Apostólico Romano e totalmente baseado nos Salmos.
Retornando ao tema central deste trabalho, durante o Século Oitavo um monarca do Tibet, preocupado com a possibilidade, aparentemente demonstrada, de que o purismo Budista estivesse sendo substituído por algo corrompido metafisicamente, convidou o Guru Rinpoche para vir da Índia a fim de ajudar a restabelecer o verdadeiro Budismo no Tibet. Isso acontece no ano 746 DC. O Grande Guru aceitou o convite e passou muitos anos no Tibet, onde definiu e estabeleceu uma forma de Budismo para a Nova Era Mental. O Guru Rinpoche recodificou o Budismo Tibetano e o adaptou para o século VIII - e é desta forma que ele chegou e continua sendo o que é neste Terceiro Milênio da Era Ocidental, baseada na Cristandade.
De acordo com a Tradição, quando o Buda, sentiu que a sua morte física naquela encarnação se aproximava, profetizou que renasceria como Padmasambhava para ensinar o Terceiro Ciclo dos Ensinamentos, conhecido como Tantras. O Budismo Tântrico (ou Budismo Vajrayana) é muito parecido com o Budismo Zen, sendo considerada pelos místicos ocidentais a forma mais avançada de Budismo, apesar de aparentemente se mostrar em contradição com os ensinamentos budistas tradicionais. Conseqüentemente, os mestres tântricos como o Guru Rinpoche são muitas vezes mal interpretados, embora seu único propósito seja aliviar o sofrimento dos outros, mostrando o caminho da Iluminação.
O Guru Rinpoche, conforme consta da sua história, transmitida oralmente pelos discípulos, de geração para geração, era um autêntico seguidor do Caminho do Meio, preconizado pelo Buda para todos os Budas. Padmasambhava apreciava a bebida e as mulheres. Sua vida era tipicamente dual e perfeitamente dividida, em uma eloqüente demonstração viva de equilíbrio metafísico e bom senso: ficava muitos meses meditando nos cemitérios do Tibet para em seguida retornar à vida da cidade, com sua trepidação e suas festas. Não eram poucos os budistas fundamentalistas que consideravam no mínimo ameaçador aquele comportamento, porque, diziam, o Grande Guru fazia tudo exatamente ao contrário do que as escrituras e os monges ortodoxos pregavam. Padmasambhava também mostrou que todos os rituais budistas simplesmente não eram imprescindíveis para que se pudesse atingir a iluminação e incluiu nisso os procedimentos já automatizados de ir ao templo para orar e meditar. Os ensinamentos de Padmasambhava se aplicam a todos os praticantes budistas no Oriente e no Ocidente que não vivem num mosteiro, mas que estão tentando encontrar um equilíbrio entre suas carreiras, famílias e meditação. O Grande Guru ensinou que a meditação não está restrita ao âmbito monástico e que se pode viver no mundo profano e praticar o Budismo em sua essência. A prática tântrica consiste em converter tudo em nossa vida em meditação em ação, incluindo nossas carreiras, relacionamentos e a prática atlética, assinalava ele. O Guru Rinpoche não tinha nada contra a parafernália ritualística do Budismo conservador, mas simplesmente mostrava que o autêntico Budismo não as tinha como seu centro e que elas não passavam de corolário, um adorno. Padmasambhava fez muitos milagres e conta-se que certa feita, através de seu poder tântrico, foi capaz de transformar uma pira de fogo em um lago de óleo de gergelim e permaneceu ileso em seu centro, sentado em um lótus. O Rei e os ministros ficaram tão impressionados com esse milagre que pediram para ele ensinar o Dharma. Foi então que ele recebeu oficialmente os nomes Padmasambhava e Padmakara (Pemajungne em tibetano), Nascido do Lótus. Reza ainda a Tradição que no cemitério de Jalandhara, o Guru Rinpoche ajudou a derrotar em um debate 500 hereges que cercavam Vajrasana, devolvendo sua magia negra com a prática da dakini com Face de Leão. Os panditas então lhe deram a ele o nome do grande ser irado, "Rugido do Leão".
Escrito de forma a ser entendido por ocidentais o Mantra de Padmasambhava é essencialmente esta enunciação vocálico-mística que deve ser produzida mentalmente e plasmada como forma-som:
OM AH HUM VAJRA GURU PEMA SIDDHA HUM
Ou:
OM AH HUM VAJRA GURU PADMA SIDDHI HUM (em Sânscrito)
OM AH HUM BENZAR GURU PEMA SIDDHI HUM (em Tibetano).”
Seja feliz e encontre-se. Ame-se e evolua.
Marco Anconi