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Duas histórias; uma mesma realidade

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ColunistaMarco Anconi

No plano espiritual, durante uma reunião entre incontáveis Espíritos de Luz (aqueles que suplantaram a roda da encarnação), um Espírito exprime sua vontade de experimentar as agruras de uma encarnação em que será torturado, pois precisa entender tal processo. Um outro, mais evoluído, diz que tal aspiração é possível, mas que é preciso, antes da encarnação, escolher quem será seu torturador... Após um longo silêncio, o Espírito mais chegado ao postulante a torturado se propõe a ser o torturador. Pego de surpresa, o Espírito postulante indaga ao amigo: “Mas porque você, um Espírito de Luz, pleno de sabedoria e elevação aceita tão vil encargo terreno?”. E o outro responde: “Aceito o encargo porque te amo!”.

No plano material, durante uma reunião em que um Mestre atende às pessoas da comunidade, um homem senta-se diante dele e passa mais de uma hora xingando, esbravejando, ofendendo e caluniando o Mestre. Em círculo, seus discípulos não vêem a hora de expulsar o ofensor. O mestre, no entanto, permanece calmo, sereno e imóvel diante de tão dura prova. Quando se cansa, o homem, ainda esbravejando, se retira da reunião. O discípulo mais próximo do Mestre, indignado, pergunta: “Porque o Senhor aceitou tanta humilhação?”. O Mestre responde com outra pergunta: “Você está em sua casa, batem à porta, você vai atender e encontra um homem que vem lhe trazer um presente, mas você não aceita o presente. A quem pertence o presente?”.

Muito poderia eu falar a respeito destes dois pequenos contos. Todavia vou restringir minhas considerações a poucos postulados. No primeiro conto, vemos uma reunião preparatória para encarnações em que um Espírito planeja toda a sua vida em nível de detalhes, incluindo os relacionamentos e até acerta com outros Espíritos suas participações em tal existência material.

A primeira conclusão a que chegamos é que existe livre-arbítrio em nível espiritual. A segunda é que, em função do planejamento prévio, em nível material este livre-arbítrio é impossível e dá lugar ao determinismo.

A terceira conclusão inegável é que o Espírito precede a matéria. A seguir percebemos que todos os acontecimentos deste plano material em que nos encontramos são resultado do conjunto das decisões tomadas por nós mesmos, enquanto Espíritos, e não enquanto Egos. Portanto, queiramos ou não, nossas existências terrenas nada mais são que “encenações” previamente determinadas no “palco” desta imensa peça teatral que é a matéria.

Podemos ainda intuir que todos os Espíritos encarnados, aqui estão a fim de por em prática algo que conhecem apenas em teoria. Uns querem experimentar a fortuna; outros a desdita; outros ainda a luta e a vitória; alguns preferem a experiência da derrota e, assim, eternamente, experiências se sucedem em prol do enriquecimento espiritual. Corroborando com tais deduções, somos sabedores que do plano material nada levamos, exceto as experiências, as sensações e os sentimentos provados.

No segundo conto, o Mestre nos mostra que só recebemos aquilo que aceitamos. Quando dirigimos nossa atenção para algo estamos, implicitamente, “aceitando” aquilo em nossas vidas. Ou seja, se fixamos nossos pensamentos em ações construtivas, certamente iremos atrair benesses; se, ao contrário, dirigimos nossa atenção para a degeneração ou a negação da ação construtiva, só podemos receber contratempos.

Vemos hoje uma humanidade obtusa e desconectada da Natureza e do Espírito. Uma humanidade que, quando muito, liga-se a movimentos religiosos duvidosos e até mesmo insidiosos. Vemos pessoas vivendo na superfície da superficialidade e endeusando coisas, pessoas e não ideais. Existências abjetas e centradas na quantidade em detrimento da qualidade. Oram, rezam, fazem preces e, ao mesmo tempo, detratam e destratam seus semelhantes.

Tenho meditado a respeito deste nosso “palco” de experimentações e tenho constatado que as “experiências” espirituais ora aqui vividas ainda são de muito baixa freqüência e que, certamente, haverá, em outras dimensões ou planos, possibilidades experienciais de mais alto teor e isso me anima a pensar que, caso alhures existam níveis vibracionais mais altos, porque não podemos nós terráqueos transformar nosso “teatro” em um lugar de “encenação” de “peças” espirituais de mais alta qualidade?

Somos sabedores de que estes tempos de tribulação estão a findar e que dias de luz despontam no horizonte do nosso amado planetinha azul. Sabemos também que alguns importantes revezes terão de ser superados e que, ainda, teremos que aclarar as mentes de muitos dos nossos irmãos encarnados. Mas, mesmo assim, sinto que, dia-a-dia, vivendo-os cada um a seu tempo, conseguiremos alcançar, em grupo significativo, a tão almejada era de aquário.

Seja feliz e encontre-se. Ame-se e evolua.

Marco Anconi
mac.anconi@gmail.com


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