PORTO VELHO (RO) — O estado de Rondônia ocupa a quarta colocação entre os estados brasileiros com as maiores taxas de mortes por acidentes envolvendo motocicletas, segundo o Atlas da Violência 2025, divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Com 12,6 mortes por 100 mil habitantes, Rondônia figura atrás apenas do Piauí (21), Tocantins (16,9) e Mato Grosso (14,7) no ranking nacional. Os números acendem um alerta sobre a violência no trânsito, especialmente entre motociclistas, grupo que representa uma parcela crescente das vítimas fatais nas vias brasileiras.
O levantamento inédito inclui pela primeira vez uma análise detalhada sobre acidentes com motocicletas e aponta que as mortes nesse tipo de ocorrência cresceram 12,5% em 2023, passando de 5,6 para 6,3 por 100 mil habitantes em todo o país. Do total de 34,9 mil acidentes fatais registrados em 2023, 13,5 mil envolveram motocicletas, o que representa 38,6% de todos os óbitos no trânsito brasileiro. Em estados como o Piauí, esse índice ultrapassa 70%.
Fatores por trás do aumento
De acordo com o pesquisador Carlos Henrique Carvalho, do Ipea, o crescimento acelerado da frota de motocicletas — especialmente em estados das regiões Norte e Nordeste — contribui significativamente para o cenário alarmante. “É um veículo mais barato, com custo operacional reduzido, e tem sido a solução de mobilidade para milhões de brasileiros”, explica.
A informalidade e a falta de regulamentação no uso da motocicleta como meio de transporte de passageiros e entregas também são apontadas como agravantes. “O veículo não oferece nenhuma proteção ao usuário. Quando ocorre um sinistro ou queda, a chance de lesão grave ou óbito é muito alta”, alerta Carvalho.
Comparativo nacional – Taxa de mortes com motocicletas (por 100 mil habitantes)
- Piauí: 21
- Tocantins: 16,9
- Mato Grosso: 14,7
- Rondônia: 12,6
- Maranhão: 11,2
- Sergipe: 11,2
Estados com os menores índices:
- Amapá: 2,3
- Rio de Janeiro: 2,4
- Distrito Federal: 2,4
- Acre: 3,7
- Rio Grande do Sul: 3,7
- São Paulo: 3,6
Caminhos para a solução
Os dados reforçam a necessidade urgente de adoção de políticas públicas voltadas à segurança viária, além da regulamentação do transporte por motocicleta. Especialistas defendem maior fiscalização, capacitação de condutores e melhoria na infraestrutura urbana para reduzir os riscos.
O estudo utiliza bases oficiais de dados do IBGE, do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.
Para os pesquisadores, o combate à violência no trânsito exige ações integradas entre governo, sociedade civil e setor privado, com foco na preservação da vida.
Fonte: noticiastudoaqui.com