O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou a deputados federais que quem roubou dinheiro de aposentados e pensionistas deve ir para a cadeia, “doa a quem doer”. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia submetida à pasta de Lupi, está no centro de um escândalo que envolve descontos indevidos.
O esquema foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens iniciadas em dezembro de 2023, que levaram à instauração de inquérito pela PF para investigar as cobranças feitas por entidades registradas em nome de laranjas.
“Cada um de nós é responsável pelos seus atos, pelo seu comportamento. Quem tiver roubado dinheiro de aposentados e pensionistas tem que ir para a cadeia, doa a quem doer”, declarou o ministro aos deputados.
Lupi ainda afirmou estar “doendo na carne” ver envolvidas no esquema pessoas em quem tinha depositado confiança. “Ver as pessoas que, na semana passada, eu tinha confiança e trabalhavam comigo e desenvolviam um trabalho que eu achava que era bom envolvidas com isso, é um pavor, um horror”, disse o titular da pasta federal.
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“No nosso governo, com a nossa Polícia Federal e com a Controladoria-Geral da União agindo, prepare-se que vai para a cadeia toda essa gentalha marginal – inclusive, aparecendo quem está por trás delas, inclusive aparecendo quem são os mentores. Quando eles começaram? Quem os patrocinaram? Se tem quadrilha aqui, eu garanto que não é nossa. Essa quadrilha não vem de hoje e nosso papel é investigar e botar na cadeia”, disse Lupi na Câmara.
Na última quarta-feira (23/4), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra o esquema de descontos indevidos sobre aposentadorias do INSS. A farra dos descontos foi revelada pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
O caso desencadeou uma guerra de versões entre governo e oposição quanto à responsabilidade pelas fraudes, que lesaram milhões de aposentados nos últimos anos.
A oposição acusa o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de omissão diante das denúncias e de permitir que o esquema atingisse cifras bilionárias. Já os aliados do governo destacam que, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 10 das 11 entidades investigadas pela PF foram autorizadas pelo INSS a realizar os descontos diretamente na folha de pagamento, entre 2019 e 2022.
Em março de 2023, o Metrópoles mostrou, com base em dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), que 29 entidades haviam ampliado o faturamento mensal com os descontos, de R$ 85 milhões para R$ 250 milhões, somando R$ 2 bilhões por ano, mesmo respondendo a 62 mil processos movidos por aposentados que alegam fraudes nas cobranças.
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