
A concessão da Hidrovia do Rio Madeira está sendo debatida e na próxima terça-feira (2), às 8h30 (de Rondônia), na Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados, será tema de uma audiência pública, requerida pelos deputados federais Sílvia Cristina e Thiago Flores.
O tema desperta o interesse de diferentes setores da economia, mas o setor agropecuário é um dos mais afetados pelas mudanças, com a implantação da hidrovia, permitindo o escoamento da produção de grãos, carnes e demais produtos.
O produtor rural Marcelo Lucas, que atua no cultivo de grãos e também na pecuária, na região do Cone Sul, acredita que ter uma hidrovia de fato, com todos os seus pré-requisitos atendidos, é importante para o setor produtivo de Rondônia.
“Ter uma hidrovia que traga segurança para a navegação o ano todo, sem interrupções no período da seca ou redução nos volumes das cargas transportadas, é uma garantia importante de logística para o setor produtivo. Isso torna a logística segura, confiável e sem temor de qualquer interrupção. O que representa um diferencial no mundo competitivo das commodities que exportamos”, avaliou.
A concessão envolve serviços como dragagem, derrocagem, batimetria, sinalização, gestão ambiental, e mitigações climáticas. Entre as melhorias previstas, estão a estruturação de seis portos IP4, que são fundamentais para o funcionamento da hidrovia. Pelo menos três desses portos seriam no município de Porto Velho.
Mas, o produtor rural aponta que, somente passar a concessão para a iniciativa privada e não promover as melhorias que garantam de fato a hidrovia em sua plenitude, pode trazer apenas um aumento nos custos de logística. “De nada adianta desestatizar e não ter os investimentos que garantam as melhorias. É nisso que estamos interessados: Ninguém é contra a concessão, mas queremos garantir que os interesses locais sejam preservados, sem penalizar com alto custo da logística, em troca de melhorias superficiais na hidrovia”, completou.
De acordo com o projeto da Antaq, a prioridade é a manutenção da navegabilidade durante o período de seca, com uma profundidade mínima de 3,5 metros de calado. O projeto tem impacto direto em 11 municípios e diversos distritos, nos mais de mil quilômetros de extensão da hidrovia.