Biden tira petróleo das cavernas e barril cai 6%



É uma medida para baixar o preço da gasolina nos EUA. Nota: por lá, o litro está em R$ 5,33. Por aqui, R$ 7,26.

 

Nota: a versão original desta newsletter foi publicada com um erro sobre o fechamento do Ibovespa no texto principal. Esta é a versão corrigida.

Continua após a publicidade.

As Reservas Estratégicas de Petróleo dos EUA não são uma figura de linguagem. Trata-se de quatro complexos de cavernas subterrâneas espalhados pelo Texas e pela Louisiana, à beira do Golfo do México, com capacidade para 700 milhões de barris de petróleo.

Não é tanto quanto parece: os EUA consomem isso em 35 dias. Mas o acionamento delas, que Biden anunciou hoje para baixar os preços dos combustíveis por lá, fez um barulhão: derrubou o barril em 6,04%, para US$ 104,71.

A ideia é colocar 1 milhão de barris por dia (o equivalente à metade da produção da Petrobras) no mercado pelos próximos 6 meses. "O mundo nunca viu uma descarga de petróleo numa taxa assim por um período tão longo", disse a própria Casa Branca.

Continua após a publicidade.

O preço médio do litro da gasolina nos EUA, neste momento, é de R$ 5,33. Bem menos que no Brasil (R$ 7,26). No diesel ficamos meio que pau a pau: R$ 6,43 EUA X Brasil R$ 6,57.

O Brasil não tem esse tipo de reserva. O nome disso por aqui é "caixa da Petrobras" – precisando segurar os aumentos, sangra-se a estatal.

Por essas, a empresa assumiu ontem que, sim, é possível que a nova direção da companhia mude seu estatuto e deixe de promover a paridade com os preços internacionais nas vendas de combustíveis, prejudicando os acionistas. Não foi exatamente um anúncio público, mas uma atualização no relatório de riscos para a SEC (a CVM dos EUA). Os relatórios de risco são assim mesmo: devem ser transparentes para evitar problemas jurídicos – mais frequentes nos EUA do que por aqui.

Continua após a publicidade.

A divulgação do documento rolou ontem à noite, após o fechamento do mercado. Mesmo assim, não teve consequências hoje: alta de 1,39% para a Petrobras – a petroleira mágica, que sobe quando o petróleo cai (já que nesses momentos o risco de intervenção diminui). 3R (-0,83) e PetroRio (-5,06%) caíram junto com a commodity que produzem, como é da natureza.

Já o Ibovespa fechou em leve baixa, de 0,22%, na mínima do dia: 119.999 pontos. Lá fora, seguindo a praxe de 2022, o buraco foi maior: -1,56% para o S&P 500.

E no cômputo do ano, com o primeiro trimestre já encerrado, o placar está em 15% Ibovespa X -5% S&P 500.

"Ah, é que as commodities…" Calma aí. As maiores altas no ano são:

1) Carrefour (CRFB3): 48,26%

2) B3 (B3SA3): 43,39%

3) Hypera Pharma (HYPE3): 38,05%

4) Cielo (CIEL3): 36,40%

5) Bradespar (BRAP4): 32,37%

6) Itaú (ITUB4): 31,45%

7) Multiplan (MULT3): 30,77%

8) BB Seguridade (BBSE3): 28,07%

9) Totvs (TOTS3): 27,03%

10) Asai (ASAI3): 26,39%

Dessas, só a Bradespar tem a ver com commodities, já que é dona de uma fatia da Vale (3,3%). A bolsa subiu porque estava barata mesmo, depois de dois anos de queda livre. E ainda está.

Até amanhã.

Maiores altas

Sabesp (SBSP3): 5,46%

Cielo (CIEL3): 4,36%

Cemig (CMIG4): 2,98%

Minerva (BEEF3): 2,90%

Eletrobrás (ELET3): 2,76%

 

Maiores baixas

Méliuz (CAHS3): -5,54%

Americanas (AMER3): -5,50%

PetroRio (PRIO3): -5,06%

YDUQS (YDUQ3): -4,47%

Suzano (SUZB3) -3,53%

 

Ibovespa: -0,22%, aos 119.999 pontos

 

Em Nova York

S&P 500: -1,56%, aos 4.530 pontos

Nasdaq: -1,54%, aos 14.220 pontos

Dow Jones: -1,56%, aos 34.678 pontos

 

Dólar: -0,54%, a R$ 4,7612

 

Petróleo

Brent: -6,04%, a US$ 104,71

WTI: -6,99%, a US$ 100,28

 

Minério de ferro: 0,22%, negociado a US$ 159,55 por tonelada na bolsa de Cingapura

 



Noticias da Semana

Veja +