O Retorno de Jedi



A vitória de Trump enche de esperança aqueles que querem menos Estado e mais liberdade, que clamam pela volta do império das leis e do respeito à Constituição

 

A analogia com o clássico Star Wars é inevitável: primeiro, tivemos a Nova Esperança, em 2016, quando um magnata outsider venceu prometendo drenar o pântano em Washington; depois, tivemos O Império Contra-Ataca, já que certamente o establishment não largaria o osso facilmente; e agora temos então O Retorno de Jedi, com uma vitória acachapante de Donald Trump, apesar dos bilhões dos democratas e de uma imprensa totalmente militante e histérica.

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Ele sofreu impeachment na Câmara por pretextos ridículos; ele foi indiciado por uma Justiça aparelhada pelos adversários; tentaram matá-lo duas vezes, mas ele sobreviveu milagrosamente; a imprensa o demonizou, comparando-o a Hitler; não obstante, Trump venceu e voltará à Casa Branca como o 47º presidente dos Estados Unidos. É preciso tirar as lições certas desse fenômeno.

Em primeiro lugar, sua adversária era muito fraca. Kamala Harris é uma espécie de Dilma americana, radical e cognitivamente limitada. Ela foi colocada lá pela elite democrata após o fiasco de Joe Biden no debate com Trump, expondo ao mundo sua senilidade que o partido tentou ocultar. Gerou uma empolgação inicial só porque o morto muito vivo saiu de cena, mas logo depois todos tiveram de lembrar quem ela era e por que ela saiu nas primárias logo no começo, antes mesmo de chegar a seu Estado, a Califórnia.

Kamala tentou, com a ajuda da mídia, criar uma personagem mais moderada, mas isso produziu apenas desconfiança com tantas guinadas abruptas em pautas sensíveis, como a imigração e a criminalidade. De “czar da fronteira” para aquela que queria até construir o muro de Trump, o público notou a marca registrada de sua campanha: a falsidade. Kamala chegou a “conversar” com um eleitor deixando a tela na câmera aparecer para derrubar a farsa. E o eleitor está saturado de político profissional moldado por marqueteiro arrogante e isolado da realidade.

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Esta, aliás, é a grande síntese da derrota democrata: o partido se descolou do mundo real, afastou-se do povo e de suas demandas concretas, como segurança, emprego e liberdade para transmitir seus valores morais e religiosos aos seus filhos, substituindo isso tudo por pautas insanas, como a agenda woke, a ideologia de gênero e o socialismo econômico. A campanha de Harris apostou pesado no aborto como tema central, atraindo algumas mulheres solteiras, mas perdendo feio para o homem médio trabalhador. Essa desconexão do partido com o povo ficou evidente nos números: Trump levou até no voto popular, com quase 5 milhões de votos a mais!

Na Flórida, houve uma guinada que consolidou o Estado como republicano e conservador. No condado de Miami-Dade, onde Hillary Clinton tinha vencido com 65% dos votos e Joe Biden com 55%, Kamala teve apenas 45% do total. A Flórida reelegeu a congressista Maria Elvira Salazar, que tem comprado a briga pela liberdade no Brasil contra o autoritarismo de Alexandre de Moraes, assim como o senador Rick Scott. Os temas de legalização de drogas e aborto perderam nos plebiscitos do Estado. Destino preferido dos imigrantes latino-americanos, a Flórida votou em peso em Trump e nas pautas conservadoras. Como unir isso ao discurso da imprensa de que Trump odeia imigrantes?

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Chamar Trump de Hitler, pelo visto, não foi uma boa estratégia. Acusar metade do povo americano de ser racista ou lixo tampouco surtiu o efeito desejado. Na verdade, essa postura arrogante da elite explica boa parte do fenômeno do nacional-populismo de direita. É uma resposta a essa turma cheia de soberba que quer “empurrar a história” enquanto despreza o cidadão comum, visto como um Homer Simpson da vida.

A elite “progressista” deveria absorver com humildade essa derrota, que poderia servir para uma reflexão honesta sobre seus erros. Dificilmente, porém, isso vai acontecer, justamente pelo abismo criado entre esse pessoal e o povo. As celebridades de Hollywood vão continuar demonizando Trump, embora dificilmente deixem o país, como prometeram Robert De Niro, Lady Gaga e outros. Os professores marxistas vão seguir mentindo sobre a história e enaltecendo uma ideologia nefasta. Os globalistas vão continuar tramando uma forma de governar sem povo, de controlar tudo de cima para baixo, abrindo mão do Congresso e da soberania das nações.

O jogo é bruto e o embate está contratado. Mas a vitória de Trump enche de esperança aqueles que querem menos Estado e mais liberdade, que clamam pela volta do império das leis e do respeito à Constituição, e que abominam a loucura que tomou conta da gestão democrata. A vitória de Trump foi uma espécie de revolta dos normais. E há muito trabalho pela frente. A economia vai mal, com inflação alta e dívida em trajetória insustentável. A geopolítica está um caos, com guerras por todo lado. O mundo precisa, mais do que nunca, de alguém com o perfil de Trump.

Impossível deixar de falar também de Elon Musk. Ele foi o grande vencedor nessa disputa. Mostrou-se mais poderoso do que George Soros, o especulador bilionário e principal doador da esquerda radical. Musk gastou mais de US$ 40 bilhões para libertar o passarinho azul do Twitter, e com uma plataforma livre fez toda a diferença. Mergulhou de cabeça e bolso na campanha republicana, e com isso atraiu mais gente, como Bill Ackman e o libertário Joe Rogan na reta final. Musk foi um herói sem capa, alguém que realmente lutou pelas liberdades ao perceber que elas estavam em grande perigo.

A radicalização dos democratas foi responsável por uma coalizão mais ampla no time de Trump. RFK Jr., com seu sobrenome Kennedy, declarou apoio a Trump para fazer a América saudável novamente. Tulsi Gabbard, militar que comandou o Diretório Nacional Democrata, decidiu apoiar Trump. Todas essas mudanças ocorreram justamente pela percepção de como os democratas perderam a mão e a conexão com o povo. O partido de Obama, Nancy Pelosi e Kamala Harris seria irreconhecível para JFK, um católico anticomunista defensor de menos impostos.

A guerra está longe do fim, mas a vitória desta batalha foi crucial para os que amam as liberdades. A vida real não acaba no “The End” como os filmes, e o império globalista não vai simplesmente recolher os cacos, a viola e hibernar. A luta é contínua, eterna. Mas a América, o experimento mais livre da história, ainda respira. Seus pilares estão abalados, o esgarçamento do tecido social é um fato e a divisão é preocupante. Mas, como disse RFK Jr., precisamos amar nossos filhos mais do que nos odiamos.

Trump tem uma dura missão pela frente, além de resgatar a economia e a paz pelo mundo: unir o povo com o denominador comum que sempre atraiu republicanos e democratas moderados, que é o amor sincero pelo que a América representa. É preciso ser propositivo e otimista agora. Chega de tanta vitimização e de desprezo pelo legado americano. Vim morar na América por respeitar esse legado, e pela primeira vez votei como cidadão para preservá-lo. Que Trump e sua equipe consigam fazer a América grande e respeitada novamente!

(revistaoeste)



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