A líder da oposição venezuelana María Corina Machado foi "detida violentamente" nesta quinta-feira (9/1) e minutos depois liberada, segundo denunciou o seu partido.
Machado apareceu em um protesto contra a posse de Nicolás Maduro, marcada para esta sexta-feira (10/1), após meses escondida na clandestinidade. Ela não era vista em público desde o final de agosto, em meio a um período em que se intensificaram as prisões de cidadãos comuns e líderes da oposição.
"O que eles farão amanhã marca o fim do regime", disse Machado diante de uma multidão de apoiadores em Caracas. "A partir de hoje, estamos em uma nova fase."
Pouco depois de terminar seu discurso, seu partido, Vente Venezuela, informou na rede social X que a líder havia sido "detida violentamente" pelas forças de segurança do Estado.
O portal de notícias venezuelano Economía Cocuyo informou que agentes do governo "dispararam contra as motocicletas em que viajava a líder da oposição".
"De acordo com informações divulgadas por sua gestora de campanha, Magalli Meda, a dirigente foi detida por um contingente de drones, motocicletas e agentes que a detiveram e ao condutor de sua motocicleta", acrescentou o portal.
Momentos depois, sua liberação foi anunciada.
"María Corina Machado (@MariaCorinaYA) foi interceptada e derrubada da moto que a transportava. No evento foram detonadas armas de fogo. Ela foi levada à força. Durante o período de seu sequestro, foi forçada a gravar vários vídeos e logo foi liberada", informou o Comando con Venezuela, que faz parte da coalizão opositora.
À BBC News Brasil, a organização Human Rights Watch confirmou que ela estaria em liberdade.
O ministro da Informação do governo da Venezuela, Freddy Ñáñez, chamou o episódio de "distração midiática" e compartilhou um vídeo em que Machado aparece dizendo que está bem.
Ela é acusada de "traição à pátria" e estava sob ameaça de ser presa.
Em entrevista recente à BBC, poucos dias antes de ser detida, pediu que Maduro não permanecesse no poder pela força.
"Ele sabe que não tem como permanecer no poder, exceto pelo uso da violência, o que é insustentável", defendeu ela, em entrevista concedida por teleconferência.
fonte bbc