Redação, 21 de julho de 2025 — A política de imigração mais rigorosa nos Estados Unidos tem afetado diretamente a vida de milhares de brasileiros que vivem no país há anos. Um dos casos que mais chamou a atenção recentemente é o de Adewalter Machesky, o “Cowboy de Rondônia”, preso no último mês por agentes do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega) em uma fazenda na cidade de Framingham, estado de Massachusetts.
Adewalter, que vive há 25 anos nos Estados Unidos, é conhecido na comunidade brasileira local por sua atuação como produtor rural, locutor de rodeio e por manter viva a cultura sertaneja brasileira em solo americano. Sua prisão ocorreu em meio a uma série de ações coordenadas do ICE que visam a detenção de imigrantes em situação irregular.
Um símbolo da cultura brasileira
Natural de Rondônia, Adewalter Machesky se mudou para os EUA no final dos anos 1990 em busca de melhores condições de vida. No país, ele construiu uma trajetória marcada pelo trabalho no campo e pela paixão pelo rodeio, se tornando uma figura popular entre os brasileiros da região. Conhecido como o “Cowboy de Rondônia”, ele era presença constante em eventos sertanejos, festas comunitárias e rodeios organizados por imigrantes.
Sua voz marcante como locutor e o estilo autêntico do interior o transformaram em uma referência cultural. Para muitos, sua prisão representa não apenas um drama pessoal, mas também um reflexo da insegurança que aflige milhares de imigrantes invasores e sem documentos que vivem e trabalham nos EUA.
O relato da esposa
Em entrevista ao g1, Marineuza Majesky, esposa de Adewalter, relatou os momentos difíceis vividos pela família após a detenção. Segundo ela, o marido foi surpreendido por agentes do ICE enquanto trabalhava na fazenda onde atua como gerente.
“Foi um choque. Ele estava trabalhando normalmente, como sempre fez. Nunca teve problemas com ninguém. É um homem trabalhador, honesto e querido pela comunidade”, contou Marineuza, visivelmente abalada.
Ela ainda revelou que a família está mobilizando apoio jurídico e buscando ajuda da comunidade brasileira para garantir que Adewalter tenha um julgamento justo. “Estamos fazendo de tudo para que ele não seja deportado. A vida dele está aqui”, disse.
Repercussão e debate
A prisão de Adewalter ganhou espaço na imprensa americana local e mobilizou diversas organizações de apoio a imigrantes. Ativistas denunciam o endurecimento das políticas migratórias sob o argumento de que muitos dos detidos são cidadãos que contribuem para a economia do país.
“Adewalter representa milhares de imigrantes que constroem este país com trabalho árduo. Criminalizá-los é um erro e uma injustiça”, afirmou Maria Alvarez, coordenadora de uma ONG em Boston que presta auxílio a imigrantes em situação vulnerável.
Enquanto isso, familiares e amigos do “Cowboy de Rondônia” organizam vigílias, campanhas nas redes sociais e arrecadações financeiras para cobrir os custos legais da defesa. A expectativa agora é pela audiência que pode definir o destino de Adewalter — e reacender o debate sobre o futuro de milhões de imigrantes nos Estados Unidos.
Contudo, é preciso deixar claro que entrar em qualquer país ilegalmente, é crime. É invasão. E todo crime tem preço a ser pago.
Fonte: noticiastudoaqui.com