Ao apoiar ação contra Israel por genocídio em Gaza, governo Lula dobra a aposta contra os EUA?




Em entrevista à Sputnik Brasil, especialistas analisam se a decisão do governo Lula de se juntar à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça contra Israel, aliado crítico dos EUA, seria uma forma de ampliar o embate contra o governo de Donald Trump diante do tarifaço ao Brasil.

O Brasil anunciou que vai se juntar formalmente à ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ) por genocídio na Faixa de Gaza. Em nota anunciando a medida, o Ministério das Relações Exteriores afirma que "a comunidade internacional não pode permanecer inerte diante das atrocidades em curso".

Continua após a publicidade.

"O Brasil considera que já não há espaço para ambiguidade moral nem omissão política. A impunidade mina a legalidade internacional e compromete a credibilidade do sistema multilateral", diz a nota.

A movimentação ocorre às vésperas da entrada em vigor das tarifas de 50% anunciadas pelos EUA sobre as exportações brasileiras

Em fevereiro, os EUA congelaram a ajuda financeira à África do Sul em uma ação que usou como argumento a suposta perseguição de fazendeiros brancos no país, mas que também cita a ação movida contra Israel, o que gerou indícios de que este poderia ser o verdadeiro motivo.

Continua após a publicidade.

Em paralelo, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva vem acusando os EUA de implementar práticas intervencionistas contra outros países.Em entrevista à Sputnik Brasil, especialistas analisam se a medida indica que o governo Lula está dobrando a aposta contra Washington, e se Trump pode impor mais punições ao país em retaliação à decisão de se juntar à ação contra Israel na CIJ.

Bruno Lima Rocha, cientista político, jornalista e professor de relações internacionais, avalia a reação ao tarifaço e a ação de Israel em Gaza como "agendas concomitantes", que "se acirram quando o tarifaço de Trump se aproxima da execução".

"Com a agenda humanitária de urgência em Gaza, temos, sim, uma complementação de posições dos cenários doméstico, da relação Brasil e EUA e da posição de dois países do BRICS — África do Sul e agora Brasil — diante do genocídio e apartheid israelense contra o povo palestino", afirma.

Continua após a publicidade.


Noticias da Semana

Veja +