
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu seu discurso na Assembleia Geral da ONU falando sobre "sanções arbitrárias" e "intervenções unilaterais", sem citar o governo de Donald Trump.
"Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando a regra."
Lula disse que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é um "recado aos candidatos a autocratas do mundo e àqueles que os apoiam".
"Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis."
"Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias. Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade."
O presidente falou sobre o autoritarismo e a soberania. "O autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente à arbitrariedade", afirmou. "Seguiremos como nação independente e povo livre de qualquer tipo de tutelas."
Lula criticou o ataque terrorista do Hamas em 2023 e o "massacre" em Gaza. "Nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza". E defendeu os judeus, "que dentro e fora de Israel", se opõem à guerra em Gaza.
Seguindo a tradição, Lula fez o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (23/9). A fala do presidente ocorreu depois do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e da presidente da Assembleia Geral, Annalena Baerbock.
Lula chegou na ONU acompanhando da primeira-dama, Janja Lula da Silva. Na delegação, estão o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, e os ministros das Relações Exteriores e da Justiça e Segurança Pública, Mauro Vieira e Ricardo Lewandowski, respectivamente.
Seu aconteceu em meio à crise com os Estados Unidos, um dia após novas sanções do governo de Donald Trump a autoridades brasileiras.