Redação, Porto Velho, 13 de outubro de 2025 - Nesta segunda-feira (13), o mundo diplomático reagiu com alívio e cautela à notícia da libertação de 20 reféns detidos em Gaza pelo grupo Hamas. A operação, realizada com apoio da Cruz Vermelha, envolveu a entrega de sete pessoas nas primeiras horas e, posteriormente, outras treze. Todos já estão em território israelense.
O episódio reacende esperanças em meio ao conflito israelo-palestino e coloca pressão renovada sobre atores internacionais para consolidar um cessar-fogo duradouro. Entre os termos negociados está a libertação de 250 prisioneiros palestinos e 1,7 mil detidos de Gaza, prontos a serem liberados conforme o acordo de 20 pontos proposto recentemente pelo governo dos Estados Unidos.
Reações de chefes de Estado e de Governo
A resposta internacional foi marcada por manifestações de alegria e congratulações aos envolvidos:
- No Canadá, o primeiro-ministro descreveu o momento como de “profundo alívio” e atribuiu mérito aos mediadores. Ele também sugeriu que o episódio poderia representar um ponto de virada em direção à paz.
- O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que o acontecimento reacende “esperança de paz em outras regiões onde a vida ainda está ameaçada” e saudou os esforços que levaram à libertação.
- No Reino Unido, o primeiro-ministro Keir Starmer condenou os ataques de 7 de outubro e afirmou que “agora é crucial o trabalho conjunto para a implementação do plano de paz do presidente Trump para Gaza”.
- O presidente francês Emmanuel Macron disse compartilhar “a alegria” das famílias dos reféns e se comprometeu a apoiar todas as etapas do plano americano, em articulação com parceiros árabes.
- Já o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán foi mais enfático: afirmou que “o presidente [Trump] fez isso de novo!” e qualificou a libertação como uma “conquista tremenda”, dizendo que Trump “fez acontecer”.
Além desses, representantes de países como Áustria, Colômbia, República Tcheca, Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Letônia, Moldávia, Holanda e Suécia também divulgaram notas oficiais celebrando a libertação dos reféns.
O Brasil e a postura de Lula
Diante do cenário global de congratulações, o Brasil adotou posicionamento divergente. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o evento de “promissor”, mas evitou elogiar Donald Trump — principal mediador do acordo — e fez críticas centrais ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
Durante coletiva na Itália, Lula afirmou:
“O Brasil não tem problema com Israel, o Brasil tem problema com Netanyahu.”
Vale lembrar que, em passado recente, o governo israelense declarou Lula “persona non grata” no país, após comparações feitas pelo presidente brasileiro entre a reação de Israel ao Hamas e as mortes de judeus no Holocausto.
Desafios e incertezas no caminho para a paz
Embora a libertação dos reféns tenha sido amplamente bem recebida, ela não resolve os muitos dilemas pendentes no conflito:
- Sustentabilidade do cessar-fogo – A adesão ao acordo depende da confiança mútua entre as partes e de garantias formais de segurança.
- Continuidade das negociações – A proposta de 20 pontos, liderada pelos EUA, prevê trocas futuras de prisioneiros e modalidades de liberação, mas exige acompanhamento diplomático e logístico.
- Pressão popular e político-militar – Grupos dentro de Israel e da Palestina podem resistir a concessões percebidas como frágeis ou desequilibradas.
- Engajamento regional – A participação de nações árabes e do mundo ocidental será decisiva para que um panorama de conflito não se reinicie rapidamente.
Para muitos analistas, o gesto simbólico que se repete — libertar reféns — precisa agora se transformar em um marco de renovação de diálogo, com compromissos efetivos de cessar-fogo duradouro. Mas isso dependerá da capacidade diplomática e política dos protagonistas da guerra e de seus aliados externos.
Fonte: noticiastudoaqui.com