Redação, Brasília, 20 de agosto de 2025 – Após fortes perdas registradas na véspera, o setor bancário brasileiro ensaiou uma recuperação nas primeiras horas do pregão desta quarta-feira. A reação aconteceu após uma decisão do ministro do STF, Flávio Dino, sobre a aplicação da Lei Magnitsky no Brasil gerar incertezas entre investidores e autoridades do setor financeiro.
Alta tímida no setor
Por volta das 10h37, o Santander liderava a valorização com alta de 1,11%, seguido por Banco do Brasil (+0,6%), Bradesco (+0,5%) e Itaú (+0,35%), enquanto o BTG Pactual operava em queda de 0,57%. O Ibovespa avançava 0,24%, e situava-se em 134.763 pontos.
Golpe no valor de mercado
No pregão de terça-feira (19), os cinco principais bancos — Itaú Unibanco, BTG, Bradesco, Banco do Brasil e Santander — perderam quase R$ 42 bilhões em valor de mercado, totalizando R$ 41,98 bi. A queda ocorreu após a declaração de Flávio Dino de que decisões ou leis estrangeiras só têm validade no Brasil se confirmadas pelo Supremo Tribunal Federal.
O que motivou a crise
A tensão decorre da aplicação da Lei Magnitsky, sancionada pelos EUA, que impôs sanções ao ministro do STF, Alexandre de Moraes — incluindo congelamento de ativos nos Estados Unidos e restrições a transações em dólares via instituições financeiras americanas, como Mastercard e Visa.
A decisão de Dino, emitida em ação sobre o rompimento da barragem de Mariana (MG), reforça que sanções ou ordens judiciais estrangeiras só são eficazes no Brasil mediante homologação da Justiça brasileira.
Reação dos bancos e perspectivas
O Banco do Brasil declarou estar preparado para lidar com questões “complexas e sensíveis” envolvendo regulamentações globais, enfatizando que atua em conformidade com a legislação de todos os países onde opera e com padrões internacionais.
Paralelamente, representantes do setor financeiro buscaram interlocução com ministros do STF, como Gilmar Mendes e Cristiano Zanin, considerados figuras mais acessíveis e pragmáticas. A estratégia visava obter esclarecimentos e limitar os riscos jurídicos e financeiros nas operações internacionais.
Além disso, há interpretações de que Dino pode estar testando os limites e ambições institucionais do STF, e que o episódio se insere em uma narrativa mais ampla do governo Lula de confrontar grandes atores econômicos — neste caso, o sistema financeiro.

Panorama da crise
Elemento | Impacto e Reação |
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Valor de mercado | Queda de quase R$ 42 bi na terça, forte impacto sobre os principais bancos. |
Reação do setor | Recuperação moderada na quarta, com ações subindo entre 0,3% e 1,1%. |
Decisão judicial | Limita a validade de sanções estrangeiras ao território brasileiro. |
Desafio legal | Balanço entre obedecer ao STF ou cumprir sanções dos EUA, gerando dilemas legais. |
Diálogo institucional | Dialogam com ministros do STF para amenizar riscos e esclarecer entendimento. |
Fonte: noticiastudoaqui.com