
Redação. Brasília, 22 de agosto de 2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode enfrentar dificuldades significativas para se reeleger em 2026. A avaliação é do cientista político Andrei Roman, diretor-executivo da empresa de pesquisas AtlasIntel, que enxerga um cenário desafiador para o petista, especialmente devido à perda de força no eleitorado nordestino, tradicional reduto de apoio do PT.
Segundo Roman, a aprovação de Lula tem encontrado um “teto”, mesmo após a recente exposição internacional do presidente e seus embates retóricos com Donald Trump. A forte polarização entre bolsonarismo e petismo e a diminuição do chamado “bônus Nordeste” — o apoio maciço do eleitorado da região que garantiu vitórias petistas em disputas anteriores — são fatores centrais nessa avaliação.
“Há hoje uma chance maior de Lula perder do que de ganhar [em 2026], em uma situação que eu classificaria como normal, a partir apenas de fatores estruturais”, disse Roman à BBC News Brasil.
“Mas uma eleição não se dá apenas em função desses fatores; ela se dá também em função de fatores conjunturais. O mais importante, nesse caso, é o papel de Jair Bolsonaro (PL) na escolha do candidato ou candidata que representará seu grupo político”, completou.
Bolsonaro e a sucessão de 2026
Apesar de inelegível, Jair Bolsonaro continua como a principal liderança da direita e terá papel estratégico na disputa. Analistas apontam que seu apoio será crucial na definição do candidato bolsonarista. Entre os nomes mais citados está o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado próximo do ex-presidente.
Tarcísio tem se consolidado como uma das figuras mais competitivas no cenário nacional. Pesquisas recentes indicam seu crescimento entre o eleitorado de centro-direita, o que pode fazer dele o principal rival de Lula em uma eventual disputa.
Perda do ‘bônus Nordeste’
Nas últimas eleições, a ampla vantagem de Lula no Nordeste foi determinante para sua vitória. Entretanto, pesquisas recentes mostram redução do entusiasmo desse eleitorado, reflexo de desafios econômicos e insatisfação com a condução do governo. Para Roman, sem a mesma vantagem expressiva na região, a reeleição do presidente fica ameaçada.
Cenário em aberto
Apesar das dificuldades, Roman ressalta que o resultado de 2026 dependerá também de fatores conjunturais — como a economia, possíveis crises políticas e a escolha do candidato apoiado por Bolsonaro. Isso torna o quadro eleitoral ainda incerto.
Conclusão:
O diagnóstico da AtlasIntel indica que Lula parte para a disputa de 2026 sem a mesma força de outrora, especialmente pela perda de apoio no Nordeste e pelo crescimento de lideranças bolsonaristas. Contudo, o jogo político permanece aberto, e os próximos meses serão decisivos para definir o rumo das alianças e a estratégia de cada campo.
Fonte: noticiastudoaqui.com