
Senado e Câmara se articulam para criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar a roubalheira no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Apesar da resistência do Palácio do Planalto, evidenciado nas sucessivas reuniões de representantes do governo com os presidentes das duas Casas, é inevitável segurar a investigação, que conta com o apoio de parlamentares do PT e da base aliada.
Caso venha a ser instalada, seria bom que a CPMI pudesse, de fato, contribuir para que os autores da roubalheira praticada contra aposentados e pensionistas do INSS não somente tivessem os seus nomes identificados como também exemplarmente punidos na esfera judicial, mas, infelizmente, o histórico, recente ou não, de investigações promovidas por aquelas Casas não autoriza o cidadão a pensar que seria esse o desfecho. Pelo menos entre os brasileiros mais avisados.
Por enquanto, o que se tem ouvido é muito barulho sobre a ladroagem, muitas desculpadas esfarrapadas, principalmente, por parte de representantes do governo. Espera-se que a investigação seja levada às últimas consequências, e que o custo de mais essa patifaria não seja repassado aos pagadores de impostos, como geralmente acontece, enquanto corruptos contumazes vivem nababescamente com o dinheiro surrupiado da população, abroquelados na certeza da impunidade.
Não se diga, contudo, que os signatários da CPMI do INSS devem desistir de investigar a ladroagem nas contas de aposentados e pensionistas. Pelo contrário, é preciso apurar tudo, nos mínimos detalhes, sarjar esse cancro purulento, evitando que a Comissão não venha a ter um desfecho pífios, praticamente nulo, como tantas de que se tem notícia.