Os números da pesquisa sobre Lula, cuja aprovação parou de subir, jogam luz sobre o incômodo do governo com a tramitação do PL Antifacção no Congresso Nacional

Exatos quinze dias após a Operação Contenção, que resultou na morte de 117 suspeitos que enfrentaram a polícia, o apoio à ação policial se mantém alto, indica pesquisa Genial/Quaest.
A aprovação da megaoperação contra o Comando Vermelho é de 67% no Brasil, segundo os dados coletados de 6 a 9 de novembro. O número é maior do que os indicados nos dias seguintes à Operação Contenção, por institutos como AtlasIntel (55%) e Datafolha (57%).
" style="box-sizing: content-box; border: none; height: 1px; display: table; margin: 0px; max-width: 700px; width: 1px; -webkit-tap-highlight-color: transparent; transform: unset; overflow: unset; position: absolute; left: 0px; top: 0px; padding: 0px;">Além disso, para 67% dos 2.004 ouvidos, a polícia não exagerou na força empregada na ação. Outros 29% acham que houve exagero e 25% desaprovam a operação, na qual também morreram quatro policiais e foram presas 113 pessoas — além de 10 adolescentes apreendidos.
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Apesar da aprovação majoritária, 55% disseram que não gostariam que uma operação parecida ocorresse em seus estados, contra 42% — essa é uma pergunta cuja resposta pode indicar mais de uma coisa: não gostaria que ocorresse ou não gostaria que precisasse ocorrer?
Para 84% dos brasileiros, a violência no Rio de Janeiro é maior do que a de seu próprio estado — apenas 4% a consideram menor e 11%, parecida.
A pesquisa aponta ainda um salto de 30% para 38% na preocupação dos brasileiros com a violência desde o levantamento de outubro. É o item de maior preocupação, seguido por economia (15%), problemas sociais (13%), corrupção (13%), saúde (10%) e educação (7%).
Lula
Os números sobre Lula, cuja aprovação parou de subir, jogam luz sobre o incômodo do governo com a tramitação do PL Antifacção no Congresso Nacional.
A primeira reação do petista e seus aliados foi de criticar semear dúvidas sobre a ação da polícia do Rio de Janeiro.
Quinze dias depois, contudo, ainda não surgiram elementos que apontem para erros na operação, cujo combate se travou numa área de mata, longe das moradias dos complexos da Penha e do Alemão.
Apenas 14% dos consultados disseram concordar com a afirmação de Lula de que “os traficantes são vítimas dos usuários”, dita dois dias antes da deflagração da megaoperação, contra 81% que discordam.
Para 51%, essa é uma “opinião sincera” de Lula, e apenas 39% a interpretaram como um “mal entendido”.
Outra pergunta: “Concorda com Lula que, do ponto de vista da ação do Estado, a operação policial
foi desastrosa?”. A resposta de 57% foi “discorda”, contra 38% que concordam.
PL Antifacção
É nesse contexto que o governo Lula tenta tomar as rédeas da narrativa do combate às facções criminosas com o PL Antifacção, que virou motivo de cabo de guerra com a oposição depois de ir parar nas mãos do deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP).
Derrite se licenciou do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo para relatar o projeto na Câmara e, desde então, perturba os lulistas com alterações no texto que ameaçam o protagonismo calculado para o presidente com a proposta.
A terceira e última versão apresentada pelo deputado do PP, na noite de terça-feira, 11, ficou mais próxima da proposta original, ao remover alterações na Lei Antiterrorismo e nas atribuições das polícias, que constavam em versões anteriores, e diminuiu as reclamações do governistas.
(o antagonista)