Redação, 18/06/2025 – As investigações da Polícia Federal no caso conhecido como Farra do INSS revelaram um dado alarmante: cerca de 3 mil servidores públicos tinham acesso irrestrito a informações pessoais e financeiras de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O volume de acessos, segundo os investigadores, pode explicar o vazamento sistemático de dados para sindicatos e instituições financeiras envolvidas em práticas abusivas e, em alguns casos, ilegais.
O foco da investigação está no uso do Sistema Único de Informações de Benefícios (Suibe), que reúne dados como nome completo, CPF, telefone, valor dos benefícios recebidos, tipo de aposentadoria e dados bancários. Essa base de dados era acessível a servidores em diferentes níveis da administração pública, muitos dos quais não tinham relação direta com a análise ou concessão de benefícios.
As autoridades identificaram indícios de que essas informações foram utilizadas para alimentar esquemas de descontos indevidos em aposentadorias, venda forçada de consignados, e repasse de dados a entidades sindicais sem autorização dos beneficiários. Em muitos casos, aposentados relataram que só descobriram estar filiados a sindicatos ou com contratos de crédito quando o desconto apareceu em seus extratos.
A operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal, já prendeu e indiciou diversos envolvidos, incluindo servidores públicos, representantes sindicais e empresários do setor financeiro. Um dos casos mais comentados envolve a ligação de um chefe sindical ao irmão do presidente Lula, revelando o possível uso político e financeiro dos dados do INSS.
Além disso, informações obtidas pela reportagem mostram que até o sogro de um ministro do atual governo foi vítima de desconto irregular em sua aposentadoria, acirrando o clima político em Brasília e elevando a pressão sobre o Planalto.
Especialistas em proteção de dados e segurança da informação apontam falhas estruturais graves no controle de acesso ao Suibe. “É impensável que milhares de servidores tenham acesso irrestrito a dados tão sensíveis sem rastreabilidade adequada. Isso fere diretamente a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”, afirma a advogada Marina Guimarães, especialista em direito digital.
A Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) já iniciaram auditorias para apurar a responsabilidade administrativa por permitir um sistema tão vulnerável. O Ministério da Previdência, por sua vez, informou em nota que está revendo os protocolos de acesso e prometeu restringir o número de usuários com permissões plenas ao sistema.
A oposição no Congresso Nacional promete criar uma CPI da Farra do INSS e já começou a colher assinaturas para abrir a investigação. O caso também reacendeu o debate sobre a privacidade dos dados públicos e a necessidade urgente de modernização da governança digital do Estado.
O presidente Lula ainda não se manifestou diretamente sobre o escândalo, mas aliados afirmam que o governo pretende dar "resposta firme" às irregularidades. Enquanto isso, milhares de aposentados seguem tentando reverter descontos indevidos, enfrentando um sistema lento e burocrático.
O escândalo ameaça desestabilizar politicamente a gestão da Previdência e amplia o desgaste institucional de um dos maiores programas sociais do país. A confiança no INSS, já abalada por filas e atrasos, agora sofre mais um golpe – desta vez, por dentro do próprio sistema.
Fonte: noticiastudoaqui.com
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