O Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) celebrou, nesta terça-feira (15), seus 40 anos de criação com uma solenidade realizada no Teatro Guaporé, em Porto Velho. A cerimônia contou com homenagens aos policiais que se destacaram nas áreas administrativa, operacional e de geointeligência, além da entrega da Medalha do Mérito Batalhão Ambiental a autoridades civis e militares que contribuíram para tornar o BPA uma referência na proteção ambiental em Rondônia e no país.

O comandante-geral da Polícia Militar, Régis Braguin, destacou a importância estratégica do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) para o estado. Segundo ele, a unidade é formada por profissionais altamente preparados, cuja atuação é sustentada por três pilares: “coragem, técnica e espírito de missão”.
Braguin afirmou que esses vetores são fundamentais para o êxito das missões realizadas pelo batalhão. “Temos um batalhão altamente capaz, versátil, operacional, e que se tornou referência na região Norte do país, especialmente por operar com maestria o sistema Rede Mais Brasil”, ressaltou.
O comandante-geral também enfatizou o papel do BPA no apoio às ações de fiscalização ambiental. “É essa unidade que dá condições para que os órgãos de fiscalização ambiental — estaduais, municipais e federais — possam exercer suas funções com segurança, mesmo nos rincões mais distantes do estado”, explicou.
Apesar dos avanços, Braguin reconheceu que ainda há desafios pela frente. “Precisamos investir mais em tecnologias e no monitoramento do espaço aéreo para ampliar nossas ações de defesa ambiental. Temos muito ainda a melhorar”, concluiu.

O subcomandante-geral da Polícia Militar de Rondônia, coronel Glauber Souto, destacou o protagonismo do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) na proteção dos recursos naturais. Segundo ele, a unidade “é um destaque não só no Norte do país, mas em todo o Brasil quando o assunto é proteção ambiental”.
Souto ressaltou que a Polícia Militar de Rondônia é pioneira na região Norte na lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), permitindo que a audiência do infrator já seja marcada no local da infração. “Temos tecnologia embarcada de ponta e policiais altamente capacitados”, afirmou.
De acordo com o subcomandante, os agentes do BPA são constantemente requisitados por outros órgãos de proteção ambiental devido à expertise no uso de tecnologias de georreferenciamento. “Isso nos torna uma referência nacional”, completou.
Ao lembrar de sua trajetória na corporação, Souto expressou orgulho por ter integrado o batalhão. “Fico honrado de ter passado pelo BPA e ter contribuído com essa história de 40 anos em defesa do meio ambiente”, declarou.

O comandante do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), tenente-coronel Baumann, destacou a importância histórica e simbólica dos 40 anos da unidade. Para ele, a data vai muito além de uma comemoração formal. “Hoje não é apenas um dia de celebração institucional — é um dia de memória, sentimento e gratidão”, afirmou.
O oficial lembrou que a trajetória do BPA é marcada por desafios e conquistas. “São quatro décadas de suor, lutas, perdas e vitórias, mas, acima de tudo, de amor à missão”, declarou. Baumann destacou o compromisso dos policiais militares com a causa ambiental, ressaltando que “são esses militares que, acima de tudo, preservam o meio ambiente como um bem coletivo, e não individual”.
Para ele, os 40 anos do batalhão representam “batalhas travadas no silêncio, mas sempre com coragem, avançando e jamais recuando”. Em tom simbólico, completou: “Mar calmo nunca fez bons marinheiros, e nesses 40 anos nunca tivemos mares calmos”.
Emocionado, o comandante falou também sobre sua relação pessoal com a unidade. “Quero falar não só como comandante dessa unidade, mas como pai e filho. Essa missão, para mim, é uma herança viva.” Baumann revelou que seu pai, hoje sargento reformado, serviu com orgulho no antigo grupamento florestal em São Miguel do Guaporé. “Hoje, décadas depois, é o filho dele que tem a honra de servir nessa mesma unidade”, concluiu.
O promotor de Justiça do Ministério Público de Rondônia, Pablo Hernandez, coordenador do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (GAEMA) e do Grupo de Atuação Especial em Segurança Pública (GAESP), destacou o reconhecimento nacional do trabalho do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA).
Segundo ele, em todos os estados por onde tem passado, o BPA é constantemente elogiado por sua atuação firme na preservação ambiental e no combate aos crimes contra a natureza. “Sinto muito orgulho dessa instituição porque conheço de perto o tamanho do trabalho desses policiais, que muitas vezes enfrentam forças gigantescas — inclusive ameaças que colocam em risco a própria vida de cada um dos senhores que estão na linha de frente”, afirmou.
O promotor ressaltou que, mesmo diante das dificuldades, a tropa do BPA nunca recuou. “Em nenhum momento recebi uma ligação no meu gabinete dizendo que a tropa vai recuar por falta de condições de avançar. Pelo contrário: é lá na ponta, na forja do fogo mais quente, que se moldou uma unidade tão forte e altiva como o BPA. Talvez seja essa a chave que nos une”, disse.
Hernandez encerrou sua fala reforçando sua admiração pela corporação. “É por isso que nós temos a melhor Polícia Militar do Brasil”, concluiu.
Histórico do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA)
O embrião da Polícia Ambiental em Rondônia teve início em 10 de julho de 1985, com a formalização do convênio nº 164/PGE/1984, celebrado entre o então Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) e o Governo do Estado. A partir desse acordo, foi ativada a Companhia de Policiamento Florestal, unidade pioneira voltada exclusivamente à fiscalização e preservação dos recursos naturais do território rondoniense.
Com o passar dos anos, a estrutura evoluiu institucionalmente. Em 1991, a unidade passou a se chamar Companhia de Polícia Florestal e Proteção do Meio Ambiente (CPFPMA), ampliando suas atribuições e consolidando seu papel na defesa ambiental.
A transformação mais significativa ocorreu em 25 de dezembro de 1997, quando a companhia foi elevada à categoria de Batalhão. Dois anos depois, em 1999, passou a adotar oficialmente a atual nomenclatura: Batalhão de Polícia Ambiental (BPA).
A missão do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) tornou-se ainda mais relevante diante da crescente complexidade ambiental do estado de Rondônia. O território abriga 75 unidades de conservação — entre federais, estaduais e municipais —, além de possuir cerca de 15% de sua área composta por terras indígenas. A vasta rede hidrográfica, com milhares de quilômetros de rios e igarapés, integra a bacia amazônica


